As principais empresas e instituições de I&D a desenvolver atividades na área espacial reuniram-se hoje no workshop Space Systems and Innovation: Portugal in Europe 2020-2030, com uma especial ênfase nos projetos espaciais nacionais financiados através da ESA, assim como pelo Programa PT 2020 e por fundos nacionais disponibilizados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através do Programa Go Portugal – Global Science and Technology Partnerships Portugal.

Cerca de um ano e meio depois de ter assumido a presidência da Portugal Space, Chiara Manfletti, anunciou na sessão de abertura do evento a sua saída do cargo. A responsável foi distinguida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com a Medalha de Mérito Científico pelo seu trabalho na Agência Espacial Portuguesa. De momento, ainda não se conhece quem assumirá o cargo deixado por Chiara Manfletti a partir de meados de setembro.

O evento do Teatro Thalia, em Lisboa, contou ainda com a presença de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de Eduardo Maldonado, Presidente da Agência Nacional de Inovação, José Paulo Esperança, Vice-Presidente da FCT, e ainda Miguel Bello, diretor do AIR Centre.

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Sob a mesa de discussão estiveram a evolução e as perspetivas de reforço da implementação da estratégia +Space in Portugal and Europe with ESA que foi adotada na última Conferência Ministerial da Agència Espacial Europeia, em 2019, assim como a sua articulação com fundos nacionais e europeus, públicos e privados.

Ao todo, os projetos em curso têm em vista o acelerar da atividade em sistemas espaciais nacionais em áreas como o desenvolvimento e operação da Atlantic Constellation, uma constelação de microssatélites em cooperação internacional, antes de 2025.

Entre os objetivos traçados para os próximos 10 anos estão também o desenvolvimento e operação da plataforma de Planeta Digital. Capaz de integrar múltiplas fontes de dados e extrair informações fazendo uso de tecnologias digitais avançadas, a plataforma será utilizada em áreas tradicionalmente não espaciais: desde a agricultura ao mapeamento urbano e do território.

Os planos contam ainda com o desenvolvimento de um ecossistema de comunicações 5G no Atlântico e regiões ultra-periféricas de Portugal, sem esquecer o Programa Internacional de Lançamento de Satélites dos Açores (Azores ISLP) e do Hub Espacial de Santa Maria.

Recorde-se que a estratégia Portugal Space 2030 tem em vista o aumento da faturação anual do sector espacial nacional, atingindo cerca de 400 milhões de euros anuais em 2030 e criando cerca de mil empregos qualificados ao longo dos próximos 10 anos.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com informação acerca da saída de Chiara Manfletti da presidência da Portugal Space. (Última atualização: 15h52)