O Programa Carnegie Mellon Portugal celebra hoje uma década de existência. Lançado em 2006 como resultado de uma colaboração entre o Governo português, na altura liderado por José Sócrates, e a universidade norte-americana de Carnegie Mellon, o programa tem já vários resultados palpáveis no currículo.

Com a missão de "colocar Portugal na vanguarda da ciência e da inovação" na área das TIC a servir de bandeira, a plataforma de investigação que se criou com este programa regista números positivos conquistados em parceria com 15 universidades portuguesas, 120 empresas parceiras e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia que financia atualmente o projeto.

Até à data, esta rede já é responsável pela mobilização de 370 estudantes de doutoramento e de mestrado profissional entre Portugal e Estados Unidos, onde Pittsburgh e Sillicon Valley têm absorvido e treinado talento português graças a várias iniciativas de intercâmbio que se estendem a docentes e investigadores.

Nestes 10 anos, as parcerias internacionais também aliciaram o capital. No âmbito do programa, a CMU envolveu várias dezenas de universidades, centros de investigação portugueses e empresas portuguesas que cofinanciaram 47 projetos com mais de 4 milhões de euros. Distinções, prémios, cinco patentes, mais de 100 protótipos, três spinoffs universitários e mais de 1.000 publicações científicas foram o resultado do investimento.

“O Programa Carnegie Mellon Portugal foi pioneiro no desenvolvimento de modelos de parceria internacional entre instituições de ensino superior, institutos de investigação e empresas, modelos esses que estão agora a ser replicados em outras partes do globo, nomeadamente na China e na Rússia,” diz o diretor do programa em CMU, José Manuel Fonseca de Moura.

Ao nível empresarial foram já impulsionadas 11 startups que deram origem a fenómenos de referência internacional. Deste grupo, constituído por Dognaedis, Feedzai, Geolink, Mambu, Orange Bird, Prisma, RedLight Software, Sentilant, Streambolico, Veniam e Virtual Traffic Lights, foi levantado um financiamento de capital de risco total de mais de 67 milhões de dólares. A Feedzai regista crescimentos médios anuais de 300% e a Veniam, por exemplo, foi considerada pela CNBC uma das 50 empresas mais disruptivas do mundo.

Em 2009 nasceu o Instituto de Tecnologias Interativas da Universidade da Madeira com o apoio do CMU. Um pólo de inovação na área da interação homem-máquina cujo nível de empregabilidade já se situa acima dos 90%.

Para além do empreendimento, João Claro, um dos diretores do programa, destaca ainda a absorção de conhecimento, experiência e contactos internacionais que as empresas têm conseguido fazer com o Carnegie Mellon Portugal.

“Os objetivos iniciais do Programa CMU Portugal passavam por melhorar a colaboração entre as universidades portuguesas e destas com as empresas, aprendendo com o enorme sucesso de CMU nestas matérias, e por intensificar a integração do país nas redes internacionais de conhecimento e de negócios, em que CMU tem uma presença muito forte. O que aconteceu foi muito além disso. Criámos um ecossistema internacional fértil, na captação de talento, na investigação, nos modelos a seguir, na capacitação das instituições, e nos fluxos de ideias e de pessoas entre academia e empresas", rematou o diretor.

O programa foi entretanto renovado até 2017 e os resultados obtidos nesta década não deixam esmorecer o otimismo. “É com a confiança proporcionada pelos resultados já alcançados, que nos mantemos firmemente comprometidos com a criação de um futuro com um Portugal líder em Ciência e Inovação”.