62% dos profissionais das tecnologias de informação (TI) em Portugal estão insatisfeitos com o seu salário. Esta é uma das conclusões do Guia do Mercado Laboral 2021, que analisa as tendências do mercado de trabalho qualificado em Portugal, revelando também que uma minoria, quase 30% dos especialistas da área, foram aumentados este ano.
Depois de no início deste ano a Hays ter previsto que os especialistas em TI deveriam ser dos mais procurados em 2020, a empresa de recrutamento divulga agora algumas conclusões sobre a edição de 2021.
De acordo com os dados disponíveis em comunicado, a maior parte dos profissionais da área estão descontentes com o seu vencimento, mas há valores mais altos. 72% dos especialistas em TI não estão satisfeitos com as perspectivas de progressão no emprego atual.
Apesar destes valores, os profissionais do setor estão entre os que menos pretendem mudar de emprego em 2021, mas ainda assim a percentagem é superior a 50%. 74% dos especialistas em TI indicam essa possibilidade, mas apenas os profissionais de direito (71%) e life sciences (73%) apresentam valores mais baixos. No extremo oposto, surgem trabalhadores das áreas de retalho (90%), turismo e lazer (86%) e logística (85%).
E quais são os principais motivos que levam os profissionais de TI a estarem disponíveis para mudarem de emprego? A maior parte dos trabalhadores, 73%, aponta o salário como razão, com as perspetivas de progressão de carreira (63%) e a procura de projetos mais interessantes (57%) a terem um peso também relevante.
Recusa de trabalho, aumentos, promoções constituem a minoria
Os dados do relatório revelam ainda que 28% dos profissionais de TI viram o valor do salário aumentar este ano. A percentagem é ainda mais baixa quando se fala de promoções, apenas 4%.
No que diz respeito a recusa de ofertas, 39% admitem tê-lo feito este ano, numa altura em que 34% garantem estar disponíveis para trabalhar no estrangeiro. E quando se trata dos benefícios mais valorizados pelos profissionais da área, seguro de saúde, possibilidade de trabalhar a partir de casa e flexibilidade de horários são os mais destacados.
Em comunicado, Victor Pessanha, manager na Hays Portugal, garante que “o mercado de trabalho de TI continua a ser totalmente liderado pelo candidato”. “Os profissionais desta área têm noção do seu valor no mercado e apenas aceitam ouvir propostas de emprego que sejam claramente vantajosas do ponto de vista salarial e de qualidade do projeto”, acrescenta.
Esta edição do Guia do Mercado Laboral tem como base inquéritos realizados a 2.752 profissionais qualificados de todos os setores e 612 empregadores a atuar em Portugal. O relatório integra ainda dados de milhares de entrevistas e reuniões realizadas pela Hays ao longo do ano, junto de candidatos e empresas em todo país.
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