Neste novo ano, a especialista em recrutamento de profissionais especializados Hays dá a conhecer as profissões mais procuradas e os salários pagos em 2020 em mais uma edição do Guia do Mercado Laboral. Com a mesma percentagem dos comerciais, 30%, surgem os profissionais ligados à área de tecnologias de informação (TI), com a previsão a indicar que os salários nesta área deverão aumentar.

A nova edição do documento, que irá estar disponível online brevemente, procurou junto de empregadores conhecer as tendências do mercado laboral em 2020. De acordo com o Dinheiro Vivo, que já teve acesso ao documento, esta é a evolução dos perfis mais procurados para 2020.

Guia do Mercado Laboral 2020
Guia do Mercado Laboral 2020 Evolução da procura de profissões entre 2013 e 2020 créditos: (C) Dinheiro Vivo

Depois de em 2013 os profissionais de TI serem procurados por 30% dos empregadores, a percentagem volta a repetir-se em 2019 e 2020. Entre os últimos oito anos os valores não têm tido variações consideráveis, rondando os 23% e os 30%.

TI: um setor muito procurado, sobretudo no Norte e Sul do país. Mas existem dificuldades no recrutamento

Nas perspetivas de contratação no setor de TI as funções mais procuradas são funcionários de enterprise resource flanning, business intelligence analyst, front-end developers, full-stack developers Java/C#.NET, mobile developers, machine learning engineer/IA e data scientist/Data Eng. No entanto, nem tudo é um "mar de rosas". Segundo a Hays, “a dificuldade em recrutar irá manter-se nesta área pela pool de talento ser reduzida e os candidatos cada vez menos recetivos ou disponíveis para uma mudança”.

No que diz respeito à procura destes profissionais no país, existem necessidades difrentes consoante as regiões. No norte, os perfis de engenharia (exceto TI) estão em grande destaque este ano (34%), seguindo-se os de TI (30%) e comerciais (30%). No centro, os engenheiros (exceto TI) estão também no topo (36%), mas logo de seguida são precisos comerciais (30%) e profissionais de TI (27%). A sul, as TI lideram (30%), seguindo-se os comerciais (29%) e profissionais de marketing e comunicação (16%).

Guia do Mercado Laboral 2020
Guia do Mercado Laboral 2020 Top 10 de intenções de recrutamento no Norte, Centro e Sul do país

Previsão indica que salários dos profissionais de TI vão aumentar

O setor de TI continua bastante dinâmico, à semelhança dos anos anteriores, com cada vez mais empresas a apostarem nas novas tecnologias e na transformação digital. “Apesar de toda a inflação e pressão salarial que se tem sentido nesta área, para grandes players internacionais, Portugal continua a ser atrativo e a ter salários mais competitivos que outros países", destaca a Hays no documento. Por isso, "prevê-se que os salários continuem a crescer em 2020 face ao dinamismo que se vive na área e pelo facto de ser o candidato a liderar o mercado de TI”.

A IA e a segunda geração da cloud vão ser “basilares” na digitalização das empresas
A IA e a segunda geração da cloud vão ser “basilares” na digitalização das empresas
Ver artigo

Por exemplo, um administrador de redes, em média, deverá ganhar em Lisboa 22.500 euros se tiver menos dois anos de experiência e 37.000 euros se tiver mais de dez. Já no Porto, os valores serão mais baixos, rondando os 22.000 e os 34.000 euros, respetivamente. No caso de um analista-programador, os valores médios em Lisboa situam-se entre os 28.000 e os 47.600 euros, para o mesmo perfil de experiência, e no Porto entre 21.000 e 30.800 euros. O salário de um business analyst deverá rondar os 23.000 e 40.000 euros em média em Lisboa, e 22.000 e 29.000 euros no Porto, enquanto que no caso de um rececientist/data engineer os valores variam entre os 35.000 e 36.000 euros em Lisboa e entre 25.000 e 35.000 euros no Porto. Um programador front-end deverá ficar em média com 31.500 e 47.600 euros em Lisboa de remuneração, e 22.400 e 39.200 no Porto.

De acordo com o site, no documento a managing director da Hays Portugal, Paula Baptista, considera que Portugal encontra-se numa "altura bastante positiva", tendo em conta que, para além do aumento do número de profissionais qualificados que vivem em Portugal e disponíveis para mudar de emprego, assiste-se também a um aumento dos profissionais que vivem fora de Portugal a querer regressar.

"A imagem que tinham de Portugal melhorou e a vontade de viver em Portugal aumentou", afirma, referindo que o país se tornou mais atrativo. Mas a representante deixa também um alerta. "As empresas terão de apostar em pacotes salariais mais atrativos e em projetos inovadores”, defende.