Ano novo, preços novos. A regra tem sido aplicada nos últimos anos no sector das telecomunicações, mesmo quando a inflação não o justifica, como acontece este ano. E isso faz com que o custo das telecomunicações pese mais severamente no bolso dos consumidores.
A Anacom divulgou ainda em dezembro dados que indicam que desde 2011 os preços sobem mais em Portugal do que na União Europeia e que Portugal é o sexto país numa lista dos que mais aumentaram os tarifários.
Sem fugir à tradição, as mudanças de preços para 2015 foram anunciadas logo em dezembro pela NOS e a MEO que comunicaram os novos preços aos seus clientes, para a entrada em vigor a 1 de janeiro de 2015. A Vodafone deixou essa comunicação para mais tarde, derrapando para 16 de janeiro a aplicação dos novos tarifários, o que
já aconteceu no ano passado, .
Em média os aumentos rondam os 2,5 a 3%, consoante as operadoras e os tarifários subscritos, e é preciso ver caso a caso a aplicação dos aumentos no meio da grande diversidade de tarifários móveis, fixos, de Internet e TV, e dos pacotes triple, quadruple e quintuple play. Em clientes com fidelização ativa pode nem sequer mudar o valor.
Muitos clientes têm dificuldade em saber qual o peso que os aumentos vão ter no seu orçamento mensal, isto apesar das telecomunicações terem um impacto importante no cabaz de compras das famílias, rondando os 3 a 5% das despesas mensais.
Pelas contas da DECO, os aumentos podem rondar subidas de um euro na fatura mensal, mas podem chegar a ultrapassar os 2,5 euros, sobretudo quando se somam pacotes de quadruple ou quintuple play que são cada vez mais comuns.
A associação acredita que há espaço para contestar estes aumentos. “Olhando para um aumento de 3% no ano passado, com uma inflação próxima do zero, e num ano em que se esperam valores muito baixos ou deflação, é difícil justificar novos aumentos na ordem dos 3%”, explicou Tito Rodrigues ao TeK ainda em dezembro.
Para saber qual é o valor que vai pagar a mais este mês o melhor é contactar o operador e perguntar pelos novos preços, e se protestar é capaz de conseguir algum desconto já que a concorrência está em grande força. Pelo menos se já não estiver em período de fidelização.
Pode ainda passar pelo longo processo de procurar a nova informação nos sites.
A MEO juntou todos os dados num PDF com 11 páginas que tinha todos os tarifários das diferentes ofertas da empresa, mas que já não está disponível porque os novos tarifários estão agora acessíveis a partir das várias paginas de oferta.
Em termos gerais a PT Portugal vai aumentar os tarifários uma média de 2,5%, para todos os clientes, embora em alguns casos os acertos aos cêntimos possa “engordar” este valor.
Pacotes Triple, Quadruple e Quintuple play (com TV + Net+ Telefone + Telemóvel e Internet móvel), para serviços de Fibra, ADSL e Satélite, estão na lista, mas também assinaturas e as chamadas das linhas fixas e móveis estão detalhadas.
Na NOS a informação da alteração de preços foi também feita aos utilizadores individuais e empresas, e a procura da informação detalhada é igualmente difícil. Os ficheiros PDF que agregam todos os dados ainda estão acessíveis, separando a informação para os clientes com Fibra e com Satélite, um modelo que até simplifica a consulta mas não reduz a complexidade da informação.
Em média os aumentos rondam os 3% depois de no ano passado ter rondado os 2,5%, e é aplicável a todos os clientes e todos os tarifários.
Na Vodafone o atraso dos avisos para meados de dezembro fez com que os novos tarifários tenham sido aplicados só depois de 16 de janeiro. A informação está detalhada nas páginas dos vários tarifários, mas em alguns casos só é válida para os novos clientes, como acontece no pacote integrado RED.
Os clientes da Cabovisão têm também de enfrentar uma missão complicada de procurar a actualização de preços. A consulta mais detalhada deve ser feita na área de faturação do site, comparando os preços com o que tem na última fatura.
A não indexação legal dos preços à taxa da inflação - como acontece por exemplo na energia e noutros serviços - dá aos operadores maior latitude de operação no aumento de preços, e nos últimos anos as subidas têm rondado os 3%, chegando em alguns casos pontuais aos 5%, sempre fundamentadas pela inflação.
O problema é que o valor da inflação tem ficado abaixo deste valor e este ano pode até ser negativa, o que torna mais difícil aos operadores justificar estes aumentos durante muito tempo, sobretudo num ambiente de grande competitividade.
Curiosamente nas últimas semanas foram divulgados alguns dados sobre o custo dos telemóveis no cabaz de compras dos consumidores.
A Marktest concluiu que a fatura de telemóvel dos portugueses caiu para menos de metade numa década. Segundo a empresa em média, os portugueses entregam no final de cada mês ao operador de telecomunicações móveis 12,5 euros, enquanto em dezembro de 2004 a fatura de telemóvel pesava, em média, 28 euros na bolsa dos portugueses
Este é também o seu caso? Sentiu uma redução ou um aumento no valor que gasta todos os meses em telecomunicações, considerando telemóvel, telefone fixo, TV e internet?
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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