As teorias de evolução do universo indicam que as galáxias e os enormes buracos negros nos seus centros evoluem com o tempo ao fundirem-se entre si. Os cenários onde existem três buracos negros no centro de grandes galáxias não são fáceis de encontrar, mas um grupo de investigadores parece ter tido essa "sorte".

A mais forte evidência, encontrada até agora, da existência de um trio de buracos negros prestes a juntar as suas “imensidões” teve por base dados reunidos por sistemas telescópicos em Terra e no Espaço, principalmente pelo Chandra X-ray Observatory da NASA, e são descritas num artigo científico publicado na mais recente edição do The Astrophysical Journal.

De acordo com os investigadores, o sistema em causa é conhecido como SDSS J084905.51 + 111447.2 (SDSS J0849 + 1114 na forma abreviada) e está localizado a mil milhões de anos luz da Terra. Já tinha sido assinalado como um sistema potencial de colisão de buracos negros com a ajuda de cientistas cidadãos de todo o mundo, como parte do Projeto Galaxy Zoo.

Os dados agora analisados revelaram três fontes de raios-X - um sinal que indica a existência de material a ser consumido pelos buracos negros - nos brilhantes centros de cada galáxia na fusão, exatamente onde os cientistas esperam que os buracos negros supermassivos residam. As separações entre os buracos negros variam entre 10.000 e 30.000 anos-luz.

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créditos: NASA

O conjunto de sistemas telescópicos - que, além do Chandra, inclui o Hubble, WISE e NuSTAR - também encontrou evidências de grandes quantidades de gás e poeira em torno de um dos buracos negros, algo típico num sistema de buracos negros em fusão.

Um dos aspetos que dificulta que os cientistas encontrem trios de buracos negros é a probabilidade de estes estarem envoltos em gás e poeira, bloqueando grande parte de sua luz. As imagens de infravermelhos do WISE e as imagens de raio X do Chandra ignoram esse problema, porque a luz infravermelha e o raio X penetram as nuvens de gás com muito mais facilidade do que a luz ótica.