![Sugestão TeK: Momentos Kodak para mais tarde recordar](/assets/img/blank.png)
É sempre estranho ver algo que nos acompanhou desde sempre correr o risco de deixar de existir. O sentimento aplica-se em diferentes situações e aspectos, nomeadamente a empresas e marcas, e neste caso surge com o anúncio do "pedido voluntário de falência" da Kodak, divulgado esta quinta-feira.
Não que a empresa já tenha atestado de óbito "passado" - e longe de nós querermos "agoirar"… Aliás, o recurso ao artigo 11 da lei norte-americana das falências servirá para que a empresa possa proteger-se contra os credores e tente a reestruturação do seu negócio.
As dificuldades da marca que inventou o rolo fotográfico e democratizou a fotografia estão relacionadas com a difusão do digital, uma área de negócio que a Kodak não conseguiu gerir da melhor forma, e foram agravadas mais recentemente com a disseminação dos dispositivos móveis.
Apesar dos insucessos recentes, a história da fabricante tem sido feita de vários êxitos. O seu início remonta a abril de 1880 quando o seu fundador, George Eastman alugou o terceiro andar de um prédio em Rochester, e começou a fabricar "chapas" para vender. A marca Kodak, como tal, foi registada em 1888, conta-se a partir do site da empresa.
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Com as suas experiências, Eastman queria desenvolver um suporte mais leve e flexível do que o vidro, usado na altura, o que acabou por conseguir. E foi assim que nasceu o rolo fotográfico. Também foi assim que a fotografia foi democratizada, e transformada em algo "tão útil quanto um lápis" como o seu percursor pretendia.
George Eastman tinha igualmente um "sentido comercial" apurado, dando grande importância à propaganda e à publicidade. Desde logo os primeiros produtos Kodak foram divulgados nos grandes jornais da época, com anúncios que levavam a assinatura do fundador da empresa.
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É o caso do slogan "Você carrega no botão, nós fazemos o resto" que acompanhou o lançamento da primeira máquina fotográfica Kodak em 1888, e que passado um ano era conhecida por todos.
A câmara custava 25 dólares, vinha carregada com "rolo" para 100 fotos e podia ser transportada e utilizada com facilidade. Após a sessão fotográfica, as máquinas regressavam a Rochester para que as imagens pudessem ser reveladas. Entretanto o filme era substituído por um novo, num serviço que tinha o custo de 10 dólares.
Estes foram apenas os primeiros contributos da Kodak para a história da fotografia atual. Em 1895, por exemplo, a empresa anunciava a Pocket Kodak, uma "máquina de bolso", tal como o nome indica, que apresentava um pequeno visor onde era possível ver o número da foto.
Passados três anos (1898) surgia a Folding Pocket Kodak, considerada a mãe de todas as máquinas fotográficas de rolo da atualidade.
De tempos em tempos, a Kodak mostrava trunfos noutras áreas às quais também estava ligada, como com o lançamento de uma película cinematográfica, desenvolvida especialmente para a produção do cinema falado como o conhecemos hoje, em 1929.
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Já em 1935 era colocado no mercado o KODACHROME, que a empresa apresenta como o primeiro rolo fotográfico a cores para amadores.
Além dos lançamentos inovadores de máquinas fotográficas e de películas e rolos de filme, a história da marca também tem outros "momentos".
As fotos que captaram as reações e emoções de John Glenn, o primeiro astronauta americano a entrar na órbita da Terra, ao viajar no espaço a uma velocidade de 28 mil quilómetros ou o facto de ter sido concebida uma câmara especial para acompanhar os astronautas Aldrin, Collins e Armstrong na viagem à Lua são bons exemplos.
Estas e outras ocasiões estão contadas ao pormenor numa cronologia disponibilizada online a partir do site da Kodak, mas não queríamos terminar esta "curta viagem" pelos mais de 130 anos que a empresa já soma sem mencionar aqueles que são apontadas como os momentos decisivos para a situação em que a empresa se encontra atualmente.
Esses dizem respeito à "revolução digital", que na opinião de alguns, a empresa não soube antecipar. Em 1976, 90% do rolos e 85% das câmaras vendidas nos Estados Unidos tinham a marca Kodak, pode ler-se na Wikipédia, e até meados dos anos 90 a fabricante esteve quase sempre entre as cinco marcas mais valiosas do mundo.
A partir dessa altura, com a crescente popularidade das máquinas digitais e, posteriormente, pela integração de câmaras nos telemóveis, a Kodak começou a sofrer as consequências da falta de uma estratégia consistente na área do digital.
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De acordo com a cronologia apresentada online, a primeira máquina digital de bolso da Kodak só terá sido lançada em 1996. A fabricante também estruturou parte do seu negócio nesta área apostando nos quiosques de impressão digital, mantendo desta forma proximidade ao negócio tradicional da fotografia.
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Referindo que a maior parte dos investimentos dos últimos anos têm sido dedicados à área do digital e ao desenvolvimento de tecnologia (responsáveis por 75% das suas receitas em 2011), a Kodak mostra-se hoje empenhada em superar os erros do passado para tentar recuperar o "ritmo". Resta esperar para ver se a decisão estratégica vem a tempo de garantir mais "momentos Kodak" para o futuro.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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