As imagens foram captadas através da LSST (Legacy Survey of Space and Time) Camera, descrita como a maior e mais poderosa câmara digital construída até à data. Ainda antes da revelação oficial, que pode ser acompanhada através de uma transmissão ao vivo no YouTube, já tinham sido divulgadas algumas imagens para abrir o “apetite” dos mais curiosos.

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Neste conjunto inclui-se uma imagem que junta a Nebulosa da Trífide e a Nebulosa da Lagoa, que foi criada a partir de 678 fotografias, num processo de captação que demorou sete horas.

As duas nebulosas encontram-se na Via Láctea, mas a milhares de anos-luz de distância e a imagem que as combina revela uma nova visão, com pormenores nunca antes observados. Em destaque está também um cluster, perto da constelação de Virgem, composto por cerca de 2.000 galáxias.

Como detalhado durante a apresentação, a imagem deste cluster é apenas uma pequena porção de uma das primeiras fotografias captadas pelo observatório. A fotografia original é 50 vezes maior, tendo em conta que uma única imagem captada pela LSST Camara tem uma dimensão equivalente à área de 45 luas cheias.

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Recorde-se que a LSST Camera do observatório tem a dimensão de um automóvel ligeiro, mas pesa cerca de 3.000 quilogramas e está equipada com três lentes e um sensor principal de 3.200 MP.

Esta densidade de pixels, mais do que o olho humano consegue observar, faz com que seja mais difícil de apresentar uma imagem captada por esta câmara. Para a apresentar na sua totalidade seriam necessários 400 televisores com resolução Ultra HD. 

Observatório Vera C Rubin
Observatório Vera C Rubin

Recorde-se que a LSST Camera foi construída pelo SLAC National Accelerator Laboratory, na Califórnia. Com a construção concluída em 2024, a câmara foi transportada para o Chile instalada no telescópio Simonyi do Observatório Vera C. Rubin.

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Centrando as atenções nesta região da constelação de Virgem é possível observar uma variedade de objetos celestiais, numa autêntica "tapeçaria" de luz composta por estrelas e galáxias de diversos formatos e cores. De acordo com os cientistas, a imagem original conta com perto de 10 milhões de galáxias.

Observatório Vera C Rubin
Observatório Vera C Rubin

Nas suas primeiras observações, o observatório Vera C. Rubin conseguiu também espreitar múltiplos asteroides "escondidos" em segundo plano nas imagens captadas. Segundo os especialistas, muitos destes asteroides ainda não tinham sido detetados, tendo sido reportados so Minor Planet Center, responsável pela observação de asteroides a nível internacional.

Após 7 noites de observação, foi possível detetar 2.104 asteroides, incluindo 7 objetos próximos da Terra, se bem que, felizmente, nenhum deles se encontra numa rota que possa pôr em causa o nosso planeta. Ao todo, espera-se que o observatório Vera C. Rubin seja capaz de descobrir 5 milhões de asteroides nos próximos anos.

Estas primeiras imagens são apenas uma amostra das capacidades do observatório, cuja construção está quase terminada. As equipas responsáveis esperam que o processo esteja concluído dentro de alguns meses, sendo possível dar início à sua missão científica no final do ano.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 17h41)