Os projectos colaborativos ganharam um novo impulso com os social media, nomeadamente tudo o que gira à volta do conceito "crowd", onde a finalidade é juntar o maior número de pessoas em prol de um objectivo comum, seja a tradução de um site para várias línguas, o desenvolvimento de uma base de dados de mapas ou uma simples iniciativa de design criativo.
Dentro do "crowd" há algumas variantes, e hoje queremos focar-nos no "crowd funding" (até porque o crowd sourcing já mereceu destaque no TeK), a propósito do lançamento, esta quinta-feira, do Massivemov.
O objectivo do crowd funding é obter pequenas contribuições, mas de um número elevado de internautas, de forma a conseguir o financiamento necessário para viabilizar um determinado negócio ou ideia.
Convém que a tal "multidão" abranja o maior número de pessoas, por forma a reunir o maior valor com o menor esforço individual. O modelo também pode servir como ferramenta de avaliação para o sucesso ou insucesso do projecto em questão.
O financiamento colaborativo oferece sempre uma contrapartida a quem participa nele. Os "financiadores" podem, por exemplo, obter contrapartidas na aquisição do futuro produto ou serviço para o qual contribuiram, terem uma participação nos lucros da iniciativa, ou ainda terem a garantia que um determinado serviço não será suspenso ou passará a oferecer publicidade (como acontece com a Wikipedia).
E por falar em Wikipedia (ela própria um projecto de crowd sourcing, adepta do modelo de crowd funding para se financiar), a enciclopédia online crowd funding como uma "acção de colaboração colectiva, realizada por pessoas que contribuem financeiramente, na maioria das vezes via Internet, para apoiar iniciativas de outras pessoas ou organizações".
Diz-nos também que o termo como hoje o conhecemos ganhou projecção em 2006, sendo normalmente atribuído ao empresário americano Michael Sullivan, embora o conceito tenha precedentes na recolha de fundos para fins de beneficência.
Um dos usos pioneiros do financiamento colectivo foi protagonizado pela banda britânica Marillion, que em 1997 teve direito a uma digressão por terras norte-americanas "patrocinada" pelos seus fãs. O mesmo se passou posteriormente com outras tournées e produção de álbuns.
O verdadeiro impulso ao crowd funding, contudo, foi dado pela Web 2.0 e com o advento das redes sociais, com a possibilidade de mobilizarem um elevado número de pessoas em redor de uma causa.
Desde aí que o modelo tem sido replicado com sucesso em diferentes países do mundo, tendo como exemplo mais mediático o do antigo criador da marca Nike, o designer Scott Wilson, que conseguiu reunir 942 mil dólares, entre 13.500 internautas, para produzir um inovador relógio de pulso com um iPod Nano integrado, quando inicialmente tinha solicitado um apoio de 15 mil dólares.
Scott Wilson usou o site norte-americano Kickstarter, uma das plataformas de financiamento colectivo mais populares hoje em dia, mas existem outros recursos.
Quem quiser arranjar dinheiro para concretizar ideias pode começar pelo exemplo português, lançado hoje, o Massivemov, mas também pode tentar a sorte num site estrangeiro já que este tipo de iniciativas não tem fronteiras.
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Ao dispor tem portais como os também norte-americanos Peerbackers, Quirky ou o australiano Fundbreak.
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Há depois outras plataformas criadas para arranjar financiamento em redor de projectos para determinada área especifica, como são exemplo o CatWalkGenius, destinado a apoiar aspirantes a designers de moda a lançarem a sua linha de roupa, ou o Emphas.is, plataforma que trabalha exclusivamente projectos de fotografia, e à qual João Pina, fotógrafo português, recorreu com sucesso, para captar fundos para cobrir as despesas do seu trabalho sobre as ditaduras militares na América Latina nos anos 60 e 70.
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Estes são apenas alguns exemplos das muitas plataformas de "financiamento por multidão" existentes online que se propõem ajudar quem quer pôr ideias em prática, mas não tem recursos financeiros para o fazer. Neste caso, tentar não custa (quase) nada.
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