Hoje é um daqueles dias que para muitos milhares de portugueses parece já ir mais longo nas horas decorridas do que realmente acontece. Greve nos transportes é sempre sinal de "animação" extra para chegar ao trabalho. Os que insistem nos transportes meio paralizados já têm o espírito preparado para algum tempo adicional de espera e, quase sempre, muito calor humano durante a viagem, quando esta finalmente se realiza.



Quem habitualmente usa o carro dificilmente não repara nas estradas mais cheias, num maior número de acidentes, enfim, para estes a tarefa de chegar ao emprego pela manhã e a casa ao fim do dia também se complica.



E é a pensar nos que estão hoje a ser afectados pela greve - de uma ou de outra forma - que o TeK reuniu algumas sugestões alternativas aos modelos tradicionais. Para quem precisa de se deslocar para o emprego - sobretudo os que estão nas cidades, mas não só - e precisa de considerar alternativas aos transportes públicos. Porque não tem carro, não pode ou não quer usá-lo sempre. A pergunta que se impõe é esta: vai uma boleia?



Para hoje as dicas podem já não ser de grande utilidade, mas quem sabe ainda chegam a tempo da próxima greve, que é já amanhã. Para os habitues do automóvel - por gosto ou necessidade - as propostas também fazem sentido (fazem, aliás, ainda mais sentido).



À primeira vista pode parecer estranha esta ideia de apanhar (ou dar) boleia a um desconhecido, mas a verdade é que o número de adeptos do sistema de partilha de despesas e companhia tem aumentado. Pesam também na balança dos argumentos a favor da modalidade, o impacto positivo que a medida pode ter no ambiente - com menos carros em circulação - e no sistema nervoso de cada português que a utilizar. É conhecido o baixo nível de tolerância de muitos nacionais (e não só, claro) às situações do trânsito. Com companhia há todo um potencial de melhoria… ainda por confirmar.



Se já está convencido dê um salto ao De Boleia. O projecto arrancou em 2007 e continua no activo, sendo um dos mais adequados para quem procura alternativas de "longa distância". Logo na página inicial encontra uma lista de locais a partir dos quais é possível apanhar boleia, tendo em conta as ofertas/pedidos registados no site. Mais abaixo encontra os últimos anúncios colocados na plataforma. A utilização do site é gratuita e a concretização das ofertas que ali se publicam da responsabilidade dos intervenientes. Contudo, os organizadores da plataforma, que se afirma como uma montra para quem está farto de viajar sozinho e tem preocupações com o ambiente, dão umas dicas.



A segurança é um dos aspectos abordados. Os promotores assumem que a questão é uma das mais focadas pelos utilizadores e recomendam que a cada combinação os utilizadores troquem entre si dados, de Bilhete de Identidade e outros, e que os confirmem antes de iniciar a viagem. Esta informação deve ficar também na posse de alguém próximo ao viajante.

[caption]De Boleia[/caption]

Outra alternativa, a mesma filosofia. Junte à lista de opções o Carpool. Depois de fazer o registo gratuito no site é preciso definir um conjunto de informações de perfil que permitirão aos restantes membros do serviço conhecer as suas "regras de viagem" e os detalhes relativos aos percursos que costuma fazer, horários de viagem, tolerância a atrasos e outras informações úteis para que tudo corra sem problemas na altura da viagem. Neste momento, e de acordo com a informação no site, existem perto de 1.700 carpoolers espalhados pelo país e distribuídos num mapa Google.

[caption]Carpool[/caption]

E ainda não ficam por aqui as alternativas à disposição de quem gostou da ideia. Alguns gigantes dos transportes também já "pegaram" no assunto. É o caso da Carris, responsável pelo Clube Mob Carsharing.



Lançado a 30 de Setembro de 2008, o sistema é ligeiramente diferente dos restantes. Este clube permite o aluguer de automóveis à hora, usando a Internet ou o telefone para o fazer. O serviço é dirigido a particulares - famílias, por exemplo, - mas também a empresas, sem frota própria ou à procura de alternativas para fazer deslocar os colaboradores. É, como se explica no site, uma proposta complementar à oferta de transportes públicos da Carris.



Os automóveis reservados são levantados em parques da capital e os carros desbloqueados através do cartão Lisboa Viva. Os preços são cobrados à hora ou por quilómetro, desde 1,90 e 0,33 euros, respectivamente. No fim do mês o cliente recebe em casa a factura total de utilização do serviço naquele mês.

[caption]Carris[/caption]

Falta ainda referir o GalpShare. Como o nome indica é uma iniciativa da Galp e afirma-se como promotora da primeira comunidade online de mobilidade urbana. O primeiro passo para usar o serviço é o registo gratuito no site Energia Positiva. Depois disso é preciso definir um perfil e finalmente publicar anúncios dos percursos. Além de permitir a troca de contactos entre gente que partilha percursos, a plataforma é também, entre as quatro referidas, aquela que mais se assemelha com uma rede social, procurando fomentar o sentido de comunidade entre os membros.

[caption]Galp Share[/caption]

Antes de fechar esta nossa sugestão de hoje deixamos ainda mais algumas notas. Em dias de greve ou grande alvoroço no trânsito, com carro próprio ou à boleia é sempre bom ter informação precisa sobre como circula o trânsito que, já se sabe, será mais complicado nestes dias.



O serviço de trânsito em directo da Estradas de Portugal é uma informação útil a consultar antes de sair de casa. Na página também é possível visualizar um resumo das principais obras com potencial para "atrapalhar" o trânsito.




Se a informação do Estradas lhe mostrar que deve mesmo desviar o caminho. Pode sempre dar um saltinho ao Via Michelin e ver quanto lhe vai custar o desvio, uma opção mais relevante quando o percurso é maior, claro está.



Mais dicas úteis? É favor partilhar.

Cristina A. Ferreira