A Linux Foundation quer ajudar as autoridades na área da saúde a combater a pandemia de COVID-19 através de tecnologias open source. A iniciativa Linux Foundation Public Health (LFPH) está agora a desenvolver dois projetos de rastreamento de contactos que têm por base as APIs desenvolvidas pela Google e pela Apple: a COVID Shield e a COVID Green.
A organização sem fins lucrativos explica que a iniciativa quer reunir uma comunidade global de empresas tecnológicas, autoridades na área da saúde, especialistas em epidemiologia e programadores para fazer face à pandemia que continua a assolar o mundo. A LFPH conta também com a parceria da Cisco, da doc.ai, da Geometer, da IBM, da NearForm, da Tencent e da VMware.
A COVID Shield está a ser implementada no Canadá e em alguns estados norte-americanos. A aplicação foi desenvolvida por uma equipa de voluntários composta por 40 developers da canadiana Shopify e da Canadian Digital Services.
A solução tecnológica não está disponível para download pelo público, sendo apenas utilizada como um ponto de partida para a criação de aplicações de rastreamento por parte das autoridades de saúde locais.
A aplicação está programada para funcionar através de Bluetooth, recolhendo e partilhando códigos de identificação com os smartphones que estejam por perto e que a tenham instalada. Caso seja diagnosticado com COVID-19, um utilizador poderá alertar outras pessoas e partilhar anonimamente os seus dados.
Já o COVID Green baseia-se na aplicação desenvolvida pela NearForm como parte da resposta do Governo irlandês à pandemia. Em apenas duas semanas, a COVID Tracker foi adotada por um terço dos adultos do país. Agora, o código que está na base da sua criação poderá ser utilizado por outros países para desenvolverem as suas próprias aplicações de rastreamento de contactos.
A LFPH desenvolveu também um dashboard interativo que permite acompanhar o surgimento e desenvolvimento de novas soluções tecnológicas de rastreamento de contactos em todo o mundo.
Em Portugal, a aplicação STAYAWAY COVID já está a ser testada junto de um grupo alargado de utilizadores, com mais de 13 mil pessoas a serem contactadas para instalar a aplicação. Com a aproximação da data de lançamento da aplicação, a Associação D3 - Defesa dos Direitos Digitais destacou recentemente a sua preocupação e apreensão pela falta de transparência no seu desenvolvimento.
A Associação criou também o site rastreamento.pt para ajudar a compreender as soluções de rastreamento de contactos e para esclarecer a decisão de as instalar ou não, uma vez que considera que grande parte das questões sobre a aplicação que está a ser desenvolvida pelo INESC TEC, financiada com verbas públicas pela FCT e apoiada oficialmente pelo Governo e a Direção Geral de Saúde, não estão respondidas.
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