O popular Flappy Bird pode ter regresso marcado para 2025, mas sem o apoio do seu criador. O viciante jogo lançado em 2013, não obstante as péssimas críticas, chegou à liderança dos tops de download há uma década, destacando-se pela capacidade de irritar os utilizadores de smartphones Android e iOS um pouco por todo o mundo. O Flappy Bird assentava em cenários que lembravam o Super Mario, mas com um nível de dificuldade capaz de pôr cabelos em pé.

Flappy Bird: um jogo de ficar com os nervos em franja
Flappy Bird: um jogo de ficar com os nervos em franja
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Agora, uma organização intitulada "Fundação Flappy Bird" anunciou planos para “relançar o jogo oficial Flappy Bird”, noticia a imprensa internacional com referência a um post na rede social X (antigo Twitter).

No entanto, Dong Nguyen, o criador vietnamita do jogo, disse pelo mesmo meio que não tem nada que ver com o renascimento e que não vendeu nada, acrescentando que também não apoia as criptomoedas, notoriamente insatisfeito com a notícia.

A fundação descreve-se como uma “nova equipa de fãs apaixonados empenhados em partilhar o jogo com o mundo”, e explica que adquiriu “direitos da Gametech Holdings”. Aparentemente a marca expirou e foi reclamada pela Gametech Holdings, em 2023, como se lê no site do Instituto de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO, na sigla em inglês).

Na informação disponibilizada, a fundação não menciona nada relacionado com criptos, mas um investigador, Varun Biniwale explorou as páginas mais escondidas no site da Flappy Bird Foundation e encontrou referências como Flappy Bird voa “mais alto do que nunca em Solana, enquanto voa para a Web 3.0”. Não está claro se isso se refere ao futuro ou a planos abandonados, explica o TechCrunch.

Entretanto, utilizadores da X desconfiados estão a adicionar contexto aos post da conta Flappy Bird na X e chamam a atenção para que “não se trata de um projeto comunitário” e que “a marca registada não foi comprada. Foi apreendida em tribunal pela Gametech Holdings LLC devido à inatividade de Nguyen e parece ser um esquema de criptografia/utilização da nostalgia dos fãs do jogo para vender NFT”.

Recorde-se que, em 2014, o fenómeno relâmpago deixou rapidamente de estar disponível nas lojas de apps e acabou por tornar-se, num dos maiores ciberperigos. Atraídos pela vontade de experimentar o jogo, os utilizadores procuravam-no na Internet, tendo-se criado uma oportunidade para esquemas online maliciosos. Mais tarde, em agosto do mesmo ano, Dong Nguyen voltou a disponibilizar o jogo por algum tempo nas lojas de apps.

Apesar do sucesso, Dong Nguyen, que disse na altura fazer cerca de 50 mil dólares por dia em receitas de anúncios, retirou o jogo das lojas porque “não aguentava mais”. Não foi nem por razões legais, nem pretendia vender o jogo a outra pessoa. Sentia culpa por criar um jogo que se tornou num vício.