À medida que a popularidade da Clubhouse, a rede social baseada em conversas áudio, tem vindo a crescer, aumentam também os receios em relação à privacidade dos seus utilizadores, uma vez que têm surgido fugas de dados relativas às sessões que decorrem na aplicação.

Em declarações à Bloomberg, Reema Bahnasy, porta-voz da Clubhouse, explicou que um utilizador conseguiu fazer streaming de diversos feeds áudio da aplicação através de um website. A empresa já baniu permanentemente o utilizador em questão e afirmou que está a tomar medidas para evitar que aconteçam incidentes semelhantes.

No entanto, investigadores do Stanford Internet Observatory (SIO) alertam para as vulnerabilidades da aplicação e defendem que a empresa poderá não conseguir manter as suas “promessas” em matéria de privacidade.

A investigação detalha que a tecnológica chinesa Agora é quem fornece a infraestrutura back-end da Clubhouse. Na prática isto significa que, enquanto a equipa da Clubhouse trata de questões relacionadas com a experiência do utilizador, a Agora é responsável pelo processamento do tráfego de dados e de áudio.

Os investigadores verificaram que os números que identificam os utilizadores e as suas respetivas salas de conversa conseguem ser facilmente interceptados, pois não têm qualquer tipo de encriptação. Uma pessoa que estivesse a observar o tráfego de dados da rede de um utilizador poderia aceder a estas informações para ver quem está a falar com quem.

A análise à documentação da platafoma da Agora revelou que há uma possibilidade de a empresa aceder ao áudio das salas de conversa da Clubhouse. Embora a Agora afirme que não o armazena, as leis de cibersegurança chinesas obrigam-na, por exemplo, a partilhar informações com o governo chinês caso este acredite que a app ponha em causa a segurança nacional.

As políticas da Clubhouse indicam que os áudios dos utilizadores podem ser gravados temporariamente nos seus servidores. Porém, a empresa não indica onde é que os servidores estão localizados, muito menos o que considera como “temporariamente”.

A confirmar-se a hipótese de acesso aos dados por parte do governo chinês, os investigadores do SIO consideram que os utilizadores chineses da Clubhouse podem estar em risco, em particular, os que expressam opiniões diferentes daquelas que são apresentadas pelo Partido Comunista Chinês. É verdade que a aplicação foi banida na China, no entanto, alguns utilizadores ainda conseguem aceder através de redes virtuais privadas (VPNs),

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