Oito em cada 10 crianças têm pelo menos um equipamento eletrónico com acesso à internet mas o uso de aplicações de controle parental nos telemóveis, tablets e computadores ainda não é uma prática generalizada em Portugal, pelo menos no que diz respeito às crianças entre os 5 e os 12 anos. Mesmo assim, os pais garantem controlar o tempo que os mais novos passam no computador, uma das conclusões de um inquérito da Dashlane.

Os dados mostram que 46% das crianças entre os 5 e os 12 anos com um ou mais equipamentos não têm qualquer aplicação de controlo parental, de acordo com a resposta dos pais que foram inquiridos neste estudo. A larga maioria dos educadores (90%) controlam o tempo que é passado nos dispositivos e 92%, controlam o tipo de conteúdos que os mais novos veem.

42,7% das crianças que supostamente são controladas face ao tempo que utilizam os equipamentos, não têm, no entanto, nenhuma aplicação de controlo parental. O mesmo acontece com 45,5% das crianças cujos conteúdos que veem são controlados.

A utilização destas ferramentas de monitorização é fácil e o SAPO TeK deu a conhecer recentemente como instalar o controlo parental no Windows 10.

E será que os portugueses costumam verificar o histórico de navegação de cada criança? De acordo com o inquérito, quase 41% dos jovens entre os 5 e os 12 anos não estão sujeitos a esta monitorização. Mas a realidade é que este valor é mais alto em crianças mais novas, entre os 5 e 6 anos. Neste caso, 46,7% das crianças que têm equipamentos eletrónicos têm "radar" livre em relação ao histórico.

Grande parte das crianças utilizam os equipamentos para jogar

Os dados do inquérito indicam que o tablet é o equipamento com acesso à Internet mais comum nos mais novos, com 66,7% das crianças a utilizarem este gadget. O smartphone surge na segunda posição, com 57,1%, e o computador é o equipamento que menos crianças possuem, apenas 50%.

Quanto à utilização que as crianças fazem deste equipamento, as respostas foram dadas pelos pais. Os dados indicam que a maior parte dos mais novos com equipamentos eletrónicos, 84,5%, os utilizam para jogarem. No top três surge ainda a visualização de vídeos (78,6%) e ouvir música (42,9%). Redes sociais e fazer chamadas são também utilizações habituais, mas a aposta dos equipamentos para fins escolares têm muito pouca expressão.

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A cibersegurança foi outra área que o inquérito procurou abordar. Os dados revelam que mais de 11% das crianças que têm gadgets não foi esclarecida pelos seus pais sobre a temática da segurança online.

Estas conclusões resultam da análise de inquéritos a pais de 105 crianças entre os 5 e os 12 anos em Portugal, realizados entre os dias 19 de outubro e 9 de novembro de 2020. Na amostra estão representadas, de forma equilibrada, todas as idades no intervalo dos 5 aos 12 anos e vários distritos do país, com destaque para o do Porto e o de Lisboa.