Os dias que antecedem 19 de janeiro são marcados pela tensão em torno do TikTok nos Estados Unidos. A popular plataforma de vídeos curtos, detida pela empresa chinesa ByteDance, poderá ser forçada a encerrar operações no país caso o Supremo Tribunal de Justiça não intervenha para suspender a aplicação da lei federal que prevê o seu bloqueio.

A origem da situação remonta a abril de 2023, quando o presidente Joe Biden assinou uma ordem que exige que a ByteDance vendesse os seus ativos nos EUA até 19 de janeiro de 2025. Caso contrário, o TikTok seria proibido de operar no território norte-americano, alegadamente por razões de segurança nacional. A administração Biden argumenta que a ligação da plataforma à China pode representar um risco de espionagem, mas a ByteDance tem consistentemente negado essas acusações.

Nas últimas semanas, o TikTok tem feito esforços para mitigar os danos. Segundo fontes próximas do caso, citadas pela Reuters, a empresa planeia, em caso de bloqueio, apresentar uma mensagem aos utilizadores americanos ao tentarem abrir a aplicação.

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A mensagem irá direcionar quem usa a rede social para um site com informações sobre a situação e permitirá o download dos dados pessoais armazenados na plataforma. Apesar do cenário dramático, especialistas afirmam que o serviço pode ser retomado rapidamente caso a decisão venha a ser revertida.

Por outro lado, a data coincide com a tomada de posse de Donald Trump como novo presidente dos EUA, a 20 de janeiro. Donald Trump foi o primeiro chefe da Casa Branca a defender - e a tentar - banir a ByteDance dos Estados Unidos, forçando a venda do TikTok. Falhou na missão e mudou de ideias, entretanto. Há meses defendeu que excluir o TikTok era dar mais poder a redes sociais como o Facebook. E já confessou mesmo que  tem um “fraquinho” pelo TikTok, sobretudo depois de ver o impacto da rede social na sua campanha eleitoral.

O advogado de Trump chegou a referir que o ex-presidente é o “homem certo” para encontrar uma solução política para o caso. Uma carta enviada ao Supremo Tribunal apela ao adiamento da decisão, sublinhando que o contexto atual é desfavorável para um julgamento justo.

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Enquanto isso, propostas para a compra das operações norte-americanas do TikTok têm surgido, incluindo rumores sobre o interesse de Elon Musk, prontamente desmentidos pela ByteDance.

Enquanto a incerteza paira, outras redes sociais aproveitam a oportunidade. Xiaohongshu, uma aplicação chinesa semelhante ao TikTok, subiu para o topo das mais descarregadas nas lojas de aplicações americanas, recebendo uma onda de novos utilizadores, muitos dos quais referem-se a si mesmos como "refugiados do TikTok". Esta migração destaca o impacto significativo que o eventual bloqueio do TikTok poderá ter no panorama digital.