Já se sabia que Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, mudou de opinião em relação à necessidade de banir ou não do país, a rede social chinesa TikTok. Este fim de semana o magnata foi mais claro sobre o tema, durante uma intervenção num evento para apoiantes do partido republicano. Admitiu durante o discurso que lhe parece boa ideia encontrar uma forma de manter a rede social a funcionar no país, pelo menos, durante mais algum tempo.

A posição não é totalmente nova, mais surpreendente é a razão apontada para olhar para o tema de outra forma. “Vamos ter de começar a pensar porque, sabem, recorremos ao TikTok e tivemos uma grande resposta com milhares de milhões de visualizações, milhares e milhares de milhões de visualizações”, disse, referindo-se à campanha para as presidenciais.

“Trouxeram-me um gráfico, e era um recorde. Era tão bonito de se ver e quando olhei para ele, disse: Talvez tenhamos de manter estes imbecis por cá durante algum tempo’”, continuou o futuro líder da Casa Branca, referindo-se a uma lei aprovada com larga maioria no Senado por republicanos e democratas.

Recorde-se que a decisão de banir o TikTok dos Estados Unidos, porque a rede social alegadamente representa uma ameaça à segurança dos americanos, foi tomada em primeiro lugar durante a primeira administração Trump. À data o plano já era obrigar a ByteDance a vender a operação americana, como a Lei aprovada em abril também prevê, mas a medida falhou.

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A nova legislação volta a prever essa opção, em alternativa a partir de 19 de janeiro todas as redes e serviços de comunicações que fornecerem acesso à plataforma ficam sujeitos a pesadas multas.

O TikTok recorreu da decisão para a justiça, logo depois da medida ser aprovada. O tribunal não lhe deu razão. Já houve um recurso dessa decisão, conhecido recentemente, que também não foi favorável à empresa, que se virou agora para o Supremo. Está em marcha um derradeiro recurso e um pedido de injunção para tentar bloquear qualquer medida desfavorável até que o caso seja decidido.

As palavras de Trump têm feito prever que o caso pode ter mais uma reviravolta, só não está claro como, tendo em conta que a lei está aprovada com amplo consenso e a justiça tem vindo a desvalorizar os argumentos do TikTok para a suspender. Antes de ser eleito, Trump já tinha referido que banir o TikTok só daria mais poder a redes sociais americanas, como o Facebook, que já têm demasiado poder. Depois da eleição encontrou novos argumentos para defender a posição. Na semana passada foi também notícia que Trump teve um encontro com o CEO do TikTok nos Estados Unidos.