O Spotify vai descontinuar em definitivo o Car Things, um serviço associado a um dispositivo, também fabricado pela marca, que como o nome indica servia para colocar no veículo e poder estender a experiência de utilização na plataforma de streaming ao ambiente de condução.
O dispositivo começou a ser vendido há cerca de três anos e nunca teve uma distribuição muito abrangente, uma vez que também só esteve alguns meses à venda. Um comunicado oficial refere agora que a partir de 9 de dezembro o serviço associado, para quem chegou a comprar o hardware, deixa de estar disponível.
O Car Things permitia interação por voz e física, através dos botões ou do ecrã de toque do dispositivo, que se fixava na zona frontal do veículo, como mostra a imagem. Chegou ao mercado com um preço de 90 dólares e nunca cativou grande atenção, mas também mal teve tempo para isso porque os primeiros sinais obrigaram logo a alterar a estratégia.
O protótipo do Car Things foi apresentado em 2019, mas na verdade só chegou às lojas em 2022 e meses depois a empresa já tinha percebido que o investimento não foi uma boa decisão. Voltou atrás e no mesmo ano deixou de fabricar o dispositivo. O anúncio foi feito em julho e justificado com várias razões, numa conferência de resultados após um trimestre pouco animador.
Esta foi a primeira experiência do serviço de streaming no hardware e a marca rapidamente percebeu que seria difícil competir com ofertas como o Android Auto, ou o CarPlay, muito mais completas, ou mesmo como a possibilidade de se usar um simples smartphone para trazer o Spotify para dentro do carro.
Nos últimos anos o Spotify atravessou águas turbulentas. 2024 parece estar a trazer melhores notícias para a companhia sueca, pelo menos a avaliar pelos primeiros resultados financeiros conhecidos. Nos primeiros três meses do ano as receitas do Spotify subiram 20% para 3.636 milhões de euros e o lucro operacional da empresa foi já de 168 milhões de euros, em comparação com os 156 milhões de prejuízo que tinha registado no primeiro trimestre de 2023.
O número de utilizadores ativos mensais aumentou 19% para 615 milhões, três milhões abaixo do que a empresa tinha previsto. O número de assinantes mensais foi de 239 milhões, mais 14%. Para o período entre abril e junho, o plano passa por faturar 3.800 milhões de euros e alcançar um lucro operacional de 250 milhões. A plataforma quer chegar aos 631 milhões de utilizadores mensais e a 245 milhões de assinantes.
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