Entregar gelados Ben and Jerry aos estudantes em Dublin. Era esta a nova meta da startup irlandesa a partir de 18 de março, mas com a pandemia de COVID-19 a chegar a empresa decidiu mudar o plano inicial, distribuindo nas zonas rurais medicamentos, bens alimentares e outros pedidos "especiais".
O teste está em curso há seis semanas, com um dos drones da Manna a fazer entre 20 e 50 entregas por dia. O peso máximo de cada encomenda é de 2 a 4 kg. Para o primeiro teste, a startup escolheu a vila de Moneygall, com cerca de 1.000 habitantes e um pequeno estabelecimento comercial. "Este era apenas uma aceleração do nosso plano inicial", explica o CEO da empresa ao Business Insider, Bobby Healy, já que o projeto sempre foi pensado para ir além da comida. A ideia passou por entregar "tudo o que a comunidade local queria", explica.
Antes mesmo do bloqueio imposto, a startup iniciou conversações com o serviço de saúde da Irlanda, o Health Service Executive (HSE). Em entrevista, o CEO da Manna, Bobby Healy, explicou que, na altura, passou a mensagem de que a startup gostaria de passar a fornecer produtos farmacêuticos, alguns medicamentos prescritos e bens alimentares críticos. O HSE designou a Manna como um serviço essencial e, segundo o serviço de saúde, a empresa demorou cerca de uma semana para estar pronta para a nova missão.
Assim que teve início, a Manna ampliou as entregas além do essencial, como rémedios ou pão. Os moradores da vila de Moneygall telefonaram para fazer pedidos muitos específicos: Fanta, kits de reparação de furos e, num caso, um bolo para a festa de aniversário de uma criança de sete anos. De acordo com o CEO da startup, o morador mais velho a recorrer a este serviço é um padre, com 85 anos, e que também fez uma solicitação: pizza.
A startup planeia agora expandir o serviço para uma segunda vila, desta vez maior. "Estamos a procurar uma região com 3.000 e 5.000 pessoas no máximo", disse Healy. O objetivo da startup não é "invadir" as cidades com um grande número de pessoas, onde quantidade limitadas de espaço ao ar livre dificultam as entregas de drones.
Para além disso, o CEO da startup considera que apoiar comunidades rurais mais dispersas significa evitar a concorrência de gigantes de entregas de alimentos como a Uber Eats. No futuro, Bobby Healy fala na possibilidade de vir a trabalhar em parceria com este tipo de empresas.
Os drones têm-se revelado verdadeiros "ajudantes" no combate à COVID-19. Em fevereiro, a DJI começou a usar drones para ajudar a combater o Coronavírus na China e, mais recentemente, na Europa para monitorizar a circulação da população na Europa.
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