A Huawei conseguiu alcançar uma vitória significativa contra as proibições impostas pelos Estados Unidos, que viu recentemente o lançamento do Mate 30 sem a autorização de utilização do ecossistema e serviços da Google, limitando-se ao sistema operativo Android básico e open source. Mas talvez a gigante chinesa nem precisasse se preocupar com o software, caso não garantisse a utilização de hardware, e neste caso a arquitetura ARM, utilizado por praticamente toda a indústria tecnológica.
Embora a ARM Holdings seja britânica, a empresa teria de seguir as instruções do governo norte-americano de suspender operações com a Huawei devido aos seus chips alegadamente utilizarem, na sua génese, tecnologia americana. O certo é que a empresa britânica tem mantido o fornecimento da tecnologia à Huawei e segundo o The Telegraph, depois de uma revisão interna, a empresa chegou à conclusão de que todos os designs dos chips são efetivamente made in UK.
E essa ligação entre a ARM e a Huawei foi selada recentemente em Shenzhen, no passado dia 25 de setembro, com executivos das duas empresas a confirmarem a continuação da cooperação, “business as usual”. O porta-voz da ARM referiu mesmo que continuará a fornecer tecnologia à Huawei sem quebrar qualquer lei ou regulamento.
E esta clarificação não poderia ter chegado em melhor altura, pois como avança a Forbes, o novo período de três meses em vigor, e que vai expirar em novembro, não deverá receber novo prolongamento. Além disso, essa autorização especial apenas se aplica a dispositivos já existentes no mercado pré-Mate 30, obrigando a Huawei a continuar à procura de soluções alternativas para software e hardware dos seus dispositivos.
Com o esclarecimento da utilização da arquitetura ARM, a Huawei soma mais uma vitória, esta muito importante, no braço de ferro com o governo de Donald Trump. E mesmo assim, a empresa chinesa mantém uma postura de desafio, tendo mesmo revelado recentemente que poderia simplesmente "oferecer" a sua tecnologia 5G a uma única empresa americana, de forma a “mexer as águas” da indústria, referindo ainda que os seus equipamentos 5G já podem ser fabricados sem qualquer tecnologia americana.
Ainda assim, numa altura em que se continuam a “contar as armas” nesta guerra comercial, a Huawei tem recebido apoios de outras tecnológicas americanas. A Microsoft quer continuar a fornecer o seu sistema operativo Windows e já terá feito um pedido ao governo americano para suspender a proibição da empresa de operar com a tecnológica chinesa. Há poucos dias, a Qualcomm afirmou que pretende resumir operações com a Huawei, tendo garantido uma autorização especial com o governo americano, justificado pelas perdas de dois dígitos, face ao ano anterior, desde o embargo.
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