Investigadores propõem novo método para detetar AirTags maliciosas e reforçar a privacidade

O método promete melhorar a privacidade sem comprometer a segurança dos utilizadores. Os investigadores apresentaram as suas conclusões à Apple e esperam que a empresa venha a considerar a proposta.

Pixabay | Lukas Gehrer

Apesar da sua utilidade, etiquetas inteligentes como as AirTags da Apple também levantam preocupações, em particular, no que toca à sua utilização em casos de perseguição. A empresa da maçã e outras tecnológicas, como a Google, têm tomado medidas para evitar usos abusivos, mas investigadores propõem agora um novo método para equilibrar a detecção de AirTags maliciosas e a privacidade dos utilizadores.

Inicialmente, o sistema da Apple, com chaves criptográficas públicas e privadas, mudava os identificadores usados a cada 15 minutos para evitar situações de monitorização constante. Mais tarde, a empresa fez uma revisão ao sistema, mudando o identificador a cada 24 horas quando uma AirTag está longe do dispositivo ao qual está associada.

Os investigadores, da Universidade Johns Hopkins e da Universidade da Califórnia em San Diego, defendem que as medidas implementadas pela Apple para mitigar os riscos são importantes, no entanto, também deixam a desejar no que respeita à privacidade.

Segundo os especialistas, o sistema da Apple faz com que as AirTags transmitam a sua localização a qualquer pessoa que as esteja a monitorizar num raio de 9 a 15 metros ao longo do dia.

A proposta apresentada passa por um sistema que se baseia em duas áreas da criptografia, a partilha de segredos e codificação de correção de erro, avançaram os investigadores à Wired.

Por um lado, a partilha de segredos permite evitar casos de monitorização constante, assegurando que um equipamento, como um smartphone, consegue determinar que há uma AirTag maliciosa nas proximidades tendo em conta um conjunto de condições específicas. Por outro, a codificação de correção de erro permite separar os sinais que realmente interessam do “ruído” gerado por outros dispositivos.

A equipa apresentou as conclusões do seu estudo à Apple e, mais recentemente, ao consórcio tecnológico que está a trabalhar na mitigação do uso abusivo de etiquetas inteligentes. Embora a Apple ainda não se tenha pronunciado quanto ao estudo, os investigadores esperam que a empresa venha eventualmente a considerar a proposta apresentada.