A Samsung não parou o seu plano de lançamento de novos produtos, mesmo num ano muito complicado. Os Galaxy S20 chegaram ao mercado em plena crise pandémica, e a marca manteve os planos de lançamento do Note 20 em agosto, como é habitual, com o novo dobrável Z Fold2 a ser apresentado em setembro e uma nova categoria “Fun Edition” com o Galaxy S20 FE a chegar às lojas já em outubro. E além dos smartphones há uma aposta nos tablets, nos wearables (relógios inteligentes e auriculares) e na lógica de ecossistema. Mas será que esta aposta tão diversificada está a compensar, especialmente num contexto difícil como o da crise de saúde pública que se atravessa em todo o mundo?
O início do ano foi bastante positivo para o mercado de smartphones, com crescimento de 9% em janeiro e balanço, mas a pandemia em março “fez com que o mercado levasse um abanão muito grande”, explicou José Correia em entrevista ao SAPO TEK. O resultado foi uma quebra de 80 a 90% nas vendas face ao ano anterior, com uma recuperação em maio, junho e julho, acompanhando a tendência e uma onda de optimismo com o sucesso do controle inicial da pandemia. “Em julho o mercado cresceu face a 2019”, mas agosto e setembro esteve ligeiramente abaixo em valor, refere ainda o responsável ibérico pela área de marketing de produto da Samsung.
Apesar do elemento de incerteza, José Correia acredita que “globalmente os resultados vão ser positivos” e que em Portugal vão ser cumpridos os objetivos, registando até crescimento nos segmentos de smartphones, tablets e wearables, que têm sido uma das áreas de grande crescimento.
Mesmo com uma contração nas categorias de topo de gama premium, nos últimos meses em Portugal houve um aumento significativo nos segmentos de preços dos 200 a 400 euros. “As pessoas fizeram um esforço para terem equipamentos melhores que respondesse a necessidades do dia a dia para a mobilidade”, justifica. Nesta área a gama de maior sucesso da Samsung é a gama A, que mantém o ADN da Samsung de democratizar o smartphone e oferecer equipamentos acessíveis.
Mas a lógica continua a ser também de entregar propostas diferenciadoras, e é neste segmento que surge a terceira edição dos smartphones sobráveis, com o Z Fold2 que foi anunciado em setembro. “Os dobráveis não são uma moda, é uma tendência que veio para ficar e vamos ter mais novidades em 2021 nesta categoria”, afirma o responsável de marketing de produto da Samsung para o mercado ibérico.
Os primeiros dias de pré-vendas do Z Fold2 mostraram “resultados animadores” e José Correia acredita que foi possível colmatar as falhas que foram apontadas à primeira geração de dobráveis, aumentando o ecrã exterior, facilitando a abertura do equipamento e melhorando o ecrã. “Melhorámos na estética e na funcionalidade”, sublinha.
Este é um segmento de nicho dentro dos equipamentos premium, representando cerca de 4 a 5% do total, mas “já são números interessantes, mais pelo valor dos equipamentos”, afirma. O Z Fold2 chega às lojas com um preço acima dos 2 mil euros e dá um “contributo muito importante em notoriedade da marca, em receita e em quota de mercado no premium, onde temos um concorrente de peso”, justifica José Correia.
O investimento na gama Note mantém-se forte, e esta é uma área onde a Samsung está praticamente sozinha e onde tem um conjunto de clientes fiéis ao conceito, que normalmente trocam de modelos nas várias gerações do Note. “O consumidor de Note é muito leal, e acima de tudo é muito exigente a todos os níveis”, afirma. E poderá haver uma troca de lealdade com o Z Fold2? “Se conseguirmos que este faça migração para a categoria mais premium podemos considerar que o nosso trabalho está feito”, admite.
Galaxy S20 FE, uma aposta na gama média
Para além da aposta na gama de dobráveis com o Z Fold2, a Samsung lançou ainda em setembro o novo “jovem” Galaxy S20 FE, de Fun Edition, que abre uma nova linha de produtos que a marca vai passa a ter no portfólio. “Esta é uma aposta e alguns meses depois de lançar o flagship S vamos ter sempre este Fun Edition com os básicos do legado Galaxy e uma oferta interessante para o consumidor”, adianta José Correia, que garante que “não é um produto que aparece só para fazer uns números” e que “o Galaxy S20 FE abre uma linha de produtos que vamos ter no portfólio da Samsung”.
Os primeiros números são animadores e a Samsung acredita que vai conseguir chegar a um segmento de utilizadores que não conseguem comprar os modelos premium da linha S20, mas que podem ter muitas das funcionalidades e características por um preço na franja da entrada da gama premium.
“Estamos a assistir a um processo de digitalização crescente com as pessoas mais envolvidas no mundo online e cada vez mais conscientes da importância do acesso à informação, fazendo escolhas mais criteriosas”, reconhece o responsável pelo marketing de produto. “Vamos apostar no premium mas sabemos que temos de ter uma oferta mais acessível, garantindo o legado do Galaxy que é um produto de confiança”.
As estratégias para as várias gamas estão a ser completadas com a ideia de ecossistema que está mais solidificada no Galaxy Note 20 e nos “companheiros” tablet, auriculares e relógio, com um design e cores semelhantes. Mesmo que a compra não seja em conjunto, os “companheiros” podem ser comprados depois para completar o ecossistema e tirar partido das funcionalidades de integração, defende José Correia.
Mercado de wearables a "explodir"
Na categoria de relógios inteligentes e de áudio “o mercado está a explodir claramente”, mas a divergir para extremos, com os smartwatches acima dos 400 euros ou os que rondam os 100 euros a dominar as vendas. O Galaxy Watch3 vem reforçar a gama da Samsung nesta área com uma aposta clara no bem estar, saúde, fitness e fun. “Saio para correr e só levo o relógio, que tem tudo integrado”, explica.
Este ano a categoria está a crescer 50% e o objetivo é duplicar as vendas. José Correia afirma que vão chegar novos produtos nesta área que já começa a ter um peso interessante no negócio, a rondar os 5% dentro do mobile, e que no próximo ano poderá passar a valer cerca de 10% do negócio.
Também no segmento de tablets o crescimento tem sido importante, apesar de há algum tempo esta ter sido considerada uma área que estava moribunda. Com a pandemia alteraram-se as expectativas e as famílias precisaram de investir em tablets para o teletrabalho e telescola, e para dividir a utilização dos ecrãs em entretenimento. José Correia deu mesmo o seu exemplo pessoal, com três filhas pequenas e a necessidade de mais equipamentos para usar em casa.
Também aqui há uma aposta do consumidor nos extremos, entre os tablets mais simples, a rondar os 300 euros, e os premium, que chegam perto dos mil euros. “Se queremos que sejam reconhecidos como substitutos perfeitos para o PC temos de ter grande máquinas”, defende.
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