A DXOMARK, responsável por um dos benchmarks de avaliação de smartphones mais respeitados do mercado, fez um estudo para descobrir as expectativas e os pontos mais valorizados pelos europeus na experiência de utilização dos seus smartphones. Concluiu que, à medida que os utilizadores de smartphones se tornam mais exigentes, as suas expectativas em relação à qualidade da imagem continuam a aumentar e isso nota-se sobretudo relativamente às fotos com pessoas (retratos).

“Mesmo as imperfeições visuais mais subtis, como pequenos erros de exposição ou tons de pele pouco naturais, podem ter um impacto significativo na satisfação geral”, concluiu a pesquisa, que na verdade não encontrou diferenças assim tão significativas entre a realidade europeia e a chinesa, onde já tinha sido feito um estudo idêntico.

Estas expectativas, diz a DXOMark, fazem com que os “fabricantes de smartphones já não possam confiar apenas em melhorias de hardware. O processamento de imagem de ajuste fino e a obtenção de resultados consistentes em todas as condições de iluminação tornaram-se críticos”.

Para testar as opiniões dos europeus os testes do estudo envolveram os seguintes modelos e marcas: Apple iPhone 16 Pro Max, Honor Magic7 Pro, Samsung Galaxy S25 Ultra, Oppo FindX8 Pro, Google Pixel 9 Pro XL, Huawei Mate70 Pro+ e Xiaomi 15 Ultra.

O estudo centra-se na avaliação do desempenho dos equipamentos em diferentes cenários, como ambientes com pouca luz, definições de gama dinâmica elevada (HDR) e condições de retroiluminação.

Huawei e Oppo batem Apple e Samsung

A metodologia é explicada em detalhe no site da DXOMARK, mas da comparação de imagens captadas em condições idênticas pelas câmaras dos equipamentos envolvidos no teste saíram três conclusões principais, sobre aspetos que afetam a qualidade das imagens.

São eles a subexposição - vários participantes destacaram rostos e cenas inteiras que apareciam demasiado escuros, comprometendo o interesse geral da imagem. A este nível, as críticas foram sobretudo para as imagens que não conseguiam um bom equilíbrio entre o brilho nos rostos face ao brilho do resto da imagem.

As inconsistências no equilíbrio de brancos - queixas de imagens demasiado frias ou demasiado quentes, foram a segunda falha mais apontada. A terceira foram falhas nas cores - tons de pele não naturais.

Veja as imagens dos testes

Em todas as marcas e modelos conclui-se que há espaço para melhorias, com alguns destaques especiais. Em áreas como a fotografia com pouca luz, noturna e HDR, a satisfação dos utilizadores continua a diminuir e há uma razão para isso, diz a DXO: “estes pontos problemáticos reflectem não só limitações técnicas, mas também uma lacuna entre as expectativas dos utilizadores e as actuais capacidades de processamento de imagem”.

As fotografias de retrato tiradas pelo Huawei Mate 70 Pro+ e pelo Oppo FindX8 Pro foram geralmente preferidas em todas as condições de iluminação, mas nestes como nos restantes modelos, a DXOMARK identificou pontos de melhoria possíveis.

Falhas mais apontadas aos seis modelos testados

No Honor Magic7 Pro sublinha-se o facto de o formato HDR não ser suportado por dispositivos de terceiros, o que resulta em problemas de exposição e contraste. “Além disso, o desempenho em condições de iluminação complexas carece de estabilidade e os tons de pele tendem a parecer verde-amarelados”, destaca-se.

No Samsung Galaxy S25 Ultra, as principais queixas foram para o facto de os destaques serem excessivamente cortados em fotografias de cenas HDR com pouca luz e para problemas de subexposição em cenários de fotografia noturna. A reprodução do tom de pele também é por vezes pouco natural.

No Apple iPhone 16 Pro, a falha maior está no brilho facial insuficiente de algumas imagens e para o facto de os tons de pele se inclinarem “para os tons laranja e verde, o que torna as imagens menos agradáveis do que o esperado”.

No Huawei Mate 70 Pro Plus o desempenho geral foi consistente, mas concluiu-se que para os utilizadores o equipamento tende a sobre-expor os rostos em condições de luz de fundo elevada. Ocasionalmente, são observadas imprecisões na reprodução do tom de pele no modo retrato.

O Google Pixel 9 Pro XL “mostra instabilidade na renderização HDR, com excessivo recorte de realce em ambientes com pouca luz”. O ruído facial percetível continua a ser outro problema importante para os utilizadores.

O OPPO Find X8 Pro foi em algumas situações criticado (certas cenas HDR) por criar imagens excessivamente brilhantes ou desbotadas. Em alguns casos também por dar uma tonalidade rosada no equilíbrio de brancos.

Já o Xiaomi 15 Ultra enfrentou críticas principalmente por causa da “exposição facial fraca e taxa de falha HDR”, que é ligeiramente superior em comparação com outros modelos testados.

Os novos dados do DXOMARK Insights, uma iniciativa global criada para compreender melhor as preferências dos utilizadores e os pontos problemáticos no que diz respeito à imagem de smartphones, foram compilados a partir de um teste cego realizado em Paris, com 39 utilizadores.

Em junho chega um novo protocolo Camera v6 que vai permitir ao laboratório francês integrar cenários de teste mais complexos e exigentes nas suas análises. Estes pontos vão ser avaliados em maior detalhe, nomeadamente as condições de imagem em ambientes de iluminação extrema.