Os Estados Unidos mantêm firme a decisão de manter a proibição de negócios com a Huawei, o que está a causar transtornos a toda a indústria tecnológica associada. Não só renovou a licença que autoriza as empresas americanas de fazer negócios com a Huawei, como ainda reforçou as medidas, adicionando mais 38 empresas ligadas à Huawei, de 21 países, somando assim um total de 152 subsidiárias na "lista negra" desde maio de 2019.  As empresas americanas deixam assim de poder fornecer componentes, tecnologia e software às visadas.

A solução da Huawei poderia passar por comprar processadores às próprias rivais MediaTek e Samsung, algo que a Qualcomm já se queixou por perder a competitividade. A fabricante chinesa já teria mesmo fechado negócio com a MediaTek, que tinha 30 milhões de processadores em stock para a Huawei. Porém, o reforço das regras impostas pelos Estados Unidos parece abranger também a MediaTek, que passou a ficar com dúvidas se pode vender os chips.

A Reuters avança agora que as restrições à Huawei geraram um avolumado stock de produtos não vendidos na indústria de semicondutores. A proposta do governo para fortalecer a lacuna não é suficiente, no que diz respeito aos 22,8 mil milhões de dólares para apoiar as fabricantes domésticas do sector. Os especialistas garantem mesmo que o valor corresponde a metade do que é necessário.

“O que estamos a ver nos níveis de stock dos circuitos integrados é o típico de uma recessão”, salienta Dan Hutcheson, CEO da VLSI Research, em declarações à Reuters, salientando que seriam necessários 50 mil milhões de dólares para compensar a decisão governamental.