Ao longo dos últimos anos, a Google tem desafiado a Apple a aderir ao protocolo RCS (Rich Communication Services), descrito como um modelo unificador e que pretende substituir o SMS. A Apple tem resistido à pressão, mas, agora, o “braço de ferro” parece ter terminado, com a gigante tecnológica a confirmar que vai adotar este protocolo a partir do próximo ano.

De acordo com declarações de um porta-voz da Apple ao website 9to5Mac, o suporte ao RCS chegará sob a forma de uma atualização de software e trará um vasto conjunto de funcionalidades ao estilo do iMessage às mensagens entre quem tem um iPhone e quem usa um smartphone Android.

Segundo o porta-voz da gigante de Cupertino, a empresa acredita que o protocolo RCS “oferecerá uma melhor experiência de interoperabilidade em comparação com o SMS ou MMS”. Entre as funcionalidades a caminho desta nova opção incluem-se, por exemplo, recibos de leitura, suporte a imagens e vídeos em alta qualidade, ou partilha de localização nas mensagens

Note-se que, com esta decisão, o iMessage não deixa de existir, passando a funcionar em paralelo com a nova opção que será disponibilizada pela Apple, como realçado pela empresa. Do seu lado, a Apple continua a defender que o seu serviço de mensagens é mais seguro e privado.

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A empresa da maçã afirma também que vai trabalhar com os membros da GMSA com vista a melhorar o protocolo RCS, em particular, no que respeita à segurança e encriptação das mensagens.

Recorde-se que, recentemente, a Google juntou-se a algumas das principais operadoras de telecomunicações para pressionar Bruxelas para agir em relação à Apple e para obrigar a empresa a tornar o iMessage totalmente compatível com os serviços “rivais”. Ainda antes, Samsung,que apoia o protocolo desde o início, tinha aumentado a pressão feita à Apple através de uma campanha com mais humor.

Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, já reagiu à decisão da Apple, afirmando que, graças ao Regulamento dos Mercados Digitais (DMA na sigla em inglês), “mandar uma iMessage para um telefone da Google” será possível em breve.

O iMessage é um dos serviços visados pelo DMA, que exige que as plataformas consideradas como gatekeepers não podem impor os seus ecossistemas aos utilizadores e que os serviços de mensagens têm de ser interoperáveis.

A Apple já não concordava com a decisão da Comissão Europeia e queria ver o iMessage fora desta lista, argumentando que o serviço não era popular o suficiente na Europa para o ver categorizado desta forma. Ao que tudo indica, a empresa estaria a planear contestar a decisão, como avançado pela Bloomberg.