No início da próxima semana, a Apple apresenta novidades. O evento marcado para 9 de setembro deve dar palco a uma nova geração do iPhone, que deve incluir pelo menos algumas das novidades que já antecipámos aqui. Como é habitual a expectativa está no ar e muito se tem escrito sobre as novidades que o iPhone 16 pode trazer. Entre as mais aguardadas estão as novas funcionalidades da Inteligência Apple, embora já se saiba que não vão estar disponíveis imediatamente.

Quando apresentou a Apple Intelligence em junho, Tim Cook, CEO da Apple, explicou a visão da empresa para uma área onde quase toda a concorrência chegou primeiro. Algo que não é novo para a Apple, mas também não costuma ser sinal de que já não é possível fazer diferente e muitas vezes até melhor. Está por ver se desta vez também será assim, mas o que já se sabe é que a Apple tem uma visão clara sobre aquilo que quer oferecer com a sua inteligência: "Tem de ser suficientemente poderosa para ajudar com as coisas que mais interessam [...] Tem de ser intuitiva e fácil de usar. Tem de estar integrada de forma profunda com a experiência do produto. E mais importante, tem de o entender e estar alicerçada no seu contexto pessoal, como a sua rotina, as relações, as comunicações e mais. E, naturalmente, tem de ser construída de início com privacidade".

As primeiras novidades da Inteligência da Apple só serão lançadas com a versão 18.1 do iOS 18, que tem estreia prevista para outubro. As mais aguardadas não devem chegar antes de 2025, como a renovada Siri. Assim, com a atualização do iOS para a versão 18.1, em outubro, aquilo que se pode esperar de novo são sobretudo recursos inteligentes para apoiar a revisão de texto, resumo de emails, transcrição de chamadas, ou sugestões de respostas em mensagens de texto.

Vale a pena também sublinhar que embora o iOS 18 não seja um exclusivo da nova geração do iPhone que aí vem, a AI requer muito poder de processamento (que no caso da Apple em grande medida não sai dos equipamentos por questões de privacidade). Por causa disso, as novas funcionalidades de IA só vão funcionar em pleno no iPhone 15 ou posteriores, com chips M1 e M2.

nesta versão 18.1 do iOS, em outubro, a Siri ganhará também um design renovado. Vai haver luz a pulsar nas extremidades do ecrã do iPhone enquanto a assistente falar e há novas opções de interação - como a possibilidade de fazer duplo clique na parte de baixo do ecrã para ativar a comunicação em voz alta. Pequenas mudanças que ainda estão muito longe do que a Apple mostrou na conferência de programadores, confirma o TechRadar que já testou a beta do iOS com essas novidades.

A versão mais “turbinada” da Siri, segundo a Bloomberg, só chegará aos utilizadores convencionais na próxima primavera com a atualização do iOS para a versão 18.4. A beta para programadores, segundo a mesma fonte, deve estar disponível logo em janeiro. A Inteligência da Apple vai também ser integrada no iPadOS 18 e no macOS Sequoia.

Na conferência de programadores em junho, a Apple ilustrou com exemplos as capacidades da nova Siri. Craig Federighi, Vice-Presidente Sénior de Engenharia de Software da Apple, mostrou o cartaz de uma apresentação de teatro da filha à assistente para tentar perceber se conseguiria mudar uma reunião para ir ao evento. A inteligência da Apple conseguiu perceber quem era a filha, qual era o evento, contactar as pessoas necessárias e criar novos eventos no calendário.

Veja as funcionalidades já reveladas sobre a Inteligência Apple

A nova Siri vai ainda conseguir responder a perguntas sobre informação em emails ou funcionalidades do sistema operativo. Vai saber dar indicações passo a passo para mudar o modo de visualização do iOS, por exemplo, ou adicionar o número de um amigo que enviou uma mensagem à lista de contactos.

Outras aptidões da Inteligência da Apple vão ser a capacidade de gerar imagens a partir de descrições do utilizador, criar e adaptar apresentações e documentos nas apps Keynote e Pages, assim como retocar fotografias ou criar vídeos. Há também novas funcionalidades de saúde, com notificações e análise dos indicadores recolhidos pelo Apple Watch, como o SAPO TEK  já enumerou em detalhe neste artigo.

Algumas fontes, incluindo a Bloomberg mas também a CNBC, têm dito que o acesso completo à Inteligência da Apple terá um preço e que a companhia planeia associar uma nova subscrição à utilização das funcionalidades de GenAI mais avançadas.

Não seria estranho que o fizesse. O mesmo tipo de estratégia está a ser usado por concorrentes como a Google ou a Microsoft. É também isso que faz a OpenAI, que assinou uma parceria com a Apple e que vai ceder a tecnologia do ChatGPT à dona do iPhone. Para já, este é aliás o único acordo do género conhecido, o que não quer dizer que se mantenha o único, como admitiu a Apple quando apresentou estas novidades e falou na possível integração futura de diferentes LLMs.

A Apple tem uma longa história de de estratégias bem sucedidas de rentabilização dos serviços que disponibiliza, que são aliás uma das suas principais fontes de receita da companhia. Segundo a CNBC, a subscrição da Inteligência de Apple poderá ter um custo mensal de 20 dólares, que dará acesso a todo o seu potencial.