Assassin’s Creed Shadows foi lançado no final de março e já é um dos jogos mais bem-sucedidos da série. Depois de passar por alguns ambientes clássicos, como o Egipto, Grécia e Escandinávia nos seus períodos mitológicos, é a vez de explorar o Japão Feudal, um dos cenários mais pedidos para a série e com excelentes referências no mundo dos videojogos, como é o caso de Ghost of Tsushima.

A aventura começa com a chegada de Diogo ao Japão, um africano levado pelos jesuítas portugueses na sua missão religiosa. E sim, a Ubisoft coloca os portugueses a falar português de Portugal, ao contrário da série Shogun da Disney onde o inglês representava a língua de Camões. O coprotagonista, Diogo, assume o nome de Yasuke e torna-se um samurai e foi aqui que a polémica foi levantada: houve samurais negros no Japão?

Assassin's Creed Shadows
Assassin's Creed Shadows

O assunto correu a internet, mas de facto houve mesmo samurais negros historicamente e até estão representados noutros meios de entretenimento, como Afro Samurai e a trilogia de filmes dos anos 1970, Samurai Negro. Mas os japoneses apontaram apenas que os materiais de promoção do jogo tinham elementos historicamente incorretos, algo que a Ubisoft corrigiu e pediu desculpa.

Uma semana depois do lançamento do jogo, a Ubisoft registou números muito bons para o jogo, com mais de três milhões de jogadores a viajarem para o Japão feudal. Para compreender se o Japão aceitou bem o contexto histórico do novo jogo da série, a Polygon analisou a receção no mercado nipónico e as críticas publicadas. E para surpresa dos mais céticos, a receção foi bastante unida nos comentários sobre as paisagens dos campos e montanhas, usando mesmo termos como “nostálgico” pela aproximação ao contexto real.

Veja na galeria imagens de Assassin's Creed Shadows:

Mas nem tudo é perfeito. Tal como anteriores jogos da série, os protagonistas cruzam-se com figuras históricas que acabam por ter impacto na narrativa. Ainda se lembra de Leonardo Da Vinci a ajudar Ezio em Assassin’s Creed II? Neste caso, um dos nomes da história, Ukita Naoie, é apontada como “deveria estar já falecida na cronologia em que o jogo tem lugar”. Mas a Ubisoft é conhecida por reunir figuras mais ou menos dentro do período recriado nas suas aventuras, mesmo que tenham vivido em épocas ligeiramente diferentes.

Na pele de um samurai e uma ninja

A nova aventura é jogada na visão de duas personagens bastante diferentes: o samurai Yasuke, um brutamontes focado no combate direto e em Naoe, uma shinobi (ninja) que apesar de se focar mais na ação furtiva não tem medo de lutar diretamente contra os inimigos. São experiências muito diferentes e variadas, que se espera serem sobretudo divertidas. Ao longo da aventura vai poder alternar livremente entre as personagens, mediante o estilo que mais gosta, embora certos segmentos narrativos ou atividades são exclusivas de cada uma.

Os protagonistas vão viver uma história de vingança e justiça, sendo o objetivo eliminar uma ordem chamada Onya, assassinando os seus membros. Mas esta pretende ser apenas a ponta do véu, pois existem vários outros grupos perigos a eliminar que vão surgindo. Além das inúmeras missões que são atribuídas pelas personagens com que se cruzam. E para este título a Ubisoft introduz um sistema de investigação, cabendo ao jogador analisar as áreas do mapa onde possam estar os alvos, enviando agentes para investigar mais ao detalhe o local.

Veja o trailer:

Além das missões de eliminação de alvos, todo o mapa está repleto de atividades secundárias, tais como sincronizar em pontos elevados ou torres, castelos para explorar e derrotar os seus samurais, rezar em mosteiros, entre muitas outras atividades que prolongam a aventura por muitas dezenas de horas.

Cada personagem tem diferentes árvores de atributos, permitindo desenvolver habilidades mediante o estilo de cada um. O samurai e a ninja têm armas diferentes e cada uma com uma árvore de habilidades distinta. Ou seja, cada personagem pode desenvolver a arma que mais gostar, seja o uso de catanas, punhal, bastão, etc. A ninja pode ainda desenvolver as técnicas furtivas associadas à famosa Hidden Blade dos assassinos, uma lâmina retrátil escondida debaixo do pulso.

Os combates foram remodelados, permitindo executar ataques fortes e rápidos, numa combinação variada e cheia de habilidades especiais que vai desenvolvendo. Tem de defender ou rebolar para se desviar dos ataques, e a partir daí, construir os contra-ataques.

Assassin's Creed Shadows
Assassin's Creed Shadows

As personagens têm ainda uma base para desenvolver. É necessário pilhar ou comprar recursos para construir diferentes edifícios, como um estabulo ou ferreiro, assim como os esconderijos espalhados pelo mapa para enviar os espiões nas explorações. Neste ponto, os jogadores podem optar por desenvolver o básico funcional ou entreter-se num design mais detalhado, enfeitando com estátuas e outros elementos cosméticos igualmente desbloqueáveis.

Os fãs da série e que gostam de explorar este tipo de paisagens vão gostar de assistir ao efeito da passagem das quatro estações do ano, alternado o cenário. No inverno, certos locais ficam banhados de neve, dificultando a deslocação e congelando lagos, impedidos de nadar. Mas no outono pode observar o efeito das folhas a voar.

Assassin’s Creed Shadows está disponível para o PC e consolas PS5 e Xbox Series X|S. Pode jogá-lo gratuitamente se for assinante do serviço Ubisoft Plus.