Este ano já vimos várias máquinas de imprimir comida em 3D, mas até agora nenhuma que fosse especializada em imprimir a pasta italiana. A gigante de massas Barilla Group está a desafiar o modo tradicional de fabricar e de preparar comida com a sua visão futurista de servir massa.

E não é num futuro muito distante que presenciaremos essa nova tecnologia. Durante este mês, a máquina está exposta na recém-aberta Expo 2015, em Milão, indicando que a empresa já chegou ao nível de a apresentar ao público.

Esta tecnologia começou a ser desenvolvida pela Barilla em 2011, numa colaboração com a tecnológica alemã Netherlands Organisation for Applied Scientific Research. No entanto, só dois anos depois é que foram tornados públicos os primeiros detalhes.

Em agosto de 2014, lançou o desafio Print Eat: Your New Idea of Pasta uma competição que convidava os interessados a criarem formas em 3D para depois as transformar em massa. O desafio foi uma colaboração entre a empresa de massas e a plataforma de crowdsourcing Thingarage, e tinha como prémio para os projetos vencedores um total de 2.400 euros.

“Somos um povo de inovadores e curiosos”

Criadores oriundos de mais de 20 países – Itália era um dos países que mais figurava da lista – enviaram os seus conceitos. Ao todo, foram 216 os projetos recebidos que depois foram avaliados de acordo com a sua viabilidade e originalidade. No topo da lista ficou o projeto do francês Loris Tupin: “Rosa”, uma flor biodinâmica que floresce quando colocada em contacto com a água a ferver.

Ainda nos mais apreciados ficou “Vortipa”, dos italianos Danilo Spiga e Luis Fraguarda, que consiste numa reinvenção da massa com base num vórtice que, de cabeça para baixo, lembra a figura de uma árvore de Natal. Também “Lune”, do italiano Alessandro Carbine, ganhou a atenção do júri: é um modelo em três dimensões da lua e das suas crateras, criadas para conceder uma melhor interação entre a massa e o molho com o qual é servida.

A pasta contém exatamente os mesmos ingredientes que uma massa normal e poderá ser cozinhada imediatamente depois da sua impressão, estando pronta em exatos dois minutos.

Os investigadores da empresa italiana estão muito confiantes com o seu produto e acreditam que mesmo os italianos mais conservadores vão eventualmente aceitar o novo método de produção.

Antonello Balestieri, especialista em impressões de comida em 3D, afirmou que este novo método de fazer massa será bem “apreciado” em Itália, como citado no website 3ders. “É verdade que somos um povo tradicional no que toca a este assunto, mas também somos um povo de inovadores e curiosos. Então, tenho a certeza que vai ser uma daquelas coisas que serão experimentadas com prazer”.

A ideia de uma massa que muda durante a sua cozedura ou uma massa oca que se enche com molho são ideias que exploram o potencial das novas tecnologias ao oferecer algo novo e original, renovando um dos produtos mais tradicionais que existe.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico