Astrónomos do Instituto Max Planck, na Alemanha, anunciaram a descoberta de Quipu, a maior estrutura conhecida do universo. Esta colossal rede cósmica, composta por quase 70 superaglomerados de galáxias, estende-se por 1,4 mil milhões de anos-luz, tornando-se o maior objeto alguma vez identificado.

O nome "Quipu" inspira-se no antigo sistema de contagem inca, que usava cordas com nós. A escolha deve-se à semelhança visual entre os filamentos da estrutura cósmica e os cordões do instrumento inca.

Com um comprimento equivalente a 13 mil vezes o da Via Láctea, Quipu desafia as noções tradicionais sobre a uniformidade do universo em escalas vastas, como postuladas pelo princípio cosmológico.

A descoberta recorreu a dados do satélite ROSAT, especializado na deteção de estruturas cósmicas em raios-X. Um algoritmo foi essencial para identificar ligações entre aglomerados galácticos, revelando a surpreendente magnitude de Quipu. Apesar de sua grandeza, a estrutura pode ser transitória, com algumas partes a dispersarem devido à expansão do universo.

Quipu supera outras superestruturas famosas, como a Grande Muralha Sloan e o superaglomerado Laniakea. Contudo, a sua descoberta levanta novas questões sobre a formação e evolução do cosmos.

Alguns cientistas sugerem que estas superestruturas podem violar pressupostos fundamentais da cosmologia, enquanto outros defendem que a uniformidade pode ser confirmada, ao analisar o universo em escalas ainda maiores.

Além disso, a força gravitacional de Quipu pode curvar a luz, criando lentes gravitacionais que afetam observações astronómicas, e influenciar o fundo cósmico de micro-ondas, a radiação remanescente do Big Bang.

Apesar das incertezas, a descoberta de Quipu é um marco na exploração do cosmos, destacando a complexidade e a grandiosidade do Universo. Liderada por Hans Böhringer, o estudo foi publicado no servidor arXiv e deverá fomentar novos debates sobre a estrutura cósmica em escalas inimagináveis.