Completaram-se esta semana 15 anos desde que a ISS recebeu os seus primeiros visitantes, os astronautas William Sheperd, Sergei Krikalev e Yuri Gidzenko. A estrutura foi colocada em órbitra em 1998, mas a Expedition One só chegou a 2 de novembro de 2000.
Desde essa altura, a ISS transformou-se num verdadeiro laboratório em movimento – mais precisamente a oito quilómetros por segundo – para compreender o espaço, mas acima de tudo o comportamento humano no espaço e tudo o que se relaciona com as exigências de tal vivência emocional e sobrevivência física. E isso também pode ter implicações na Terra.
Os contributos são vários e em diferentes áreas como a saúde, ambiente, educação e tecnologia. As pequenas unidades de ultrassom, telemedicina e técnicas remotas desenvolvidas para serem aplicadas a bordo da ISS podem ser aproveitadas para tornar os cuidados médicos mais acessíveis em regiões remotas, por exemplo.
Por outro lado, são igualmente feitas a bordo investigações na área da imunologia e outras que ajudam a desenvolver tratamentos de doenças como a distrofia muscular ou a perceber os mecanismos da osteoporose .
Um outro exemplo foi o braço robótico criado pela agência espacial canadiana, capaz de realizar cirurgias de alto risco, nomeadamente dentro de máquinas de ressonância magnética, facilitando ou tornando possíveis operações antes impossíveis de realizar, por exemplo a tumores.
Numa área diferente, outro exemplo pode ser o sistema controlo e purificação da água, que pode ser replicado em Terra, na tentativa de fornecer água potável nas regiões de risco.
Também não nos podemos esquecer da popular “horta espacial” que alimentou recentemente os astronautas a bordo com alfaces romanas.
O laboratório biológico tem por objetivo perceber melhor o funcionamento e crescimento das plantas num ambiente sem gravidade, para que no futuro a tecnologia possa oferecer aos futuros viajantes espaciais um meio de alimentação sustentável, um ponto considerado crítico na intenção de enviar homens a Marte.
Por outro lado, esta horta espacial está igualmente ligada a um projeto educacional na Terra, o Tomatosphere: Sowing the seeds of discovery through student science, que abrange três milhões de estudantes a quem os investigadores pretendem mostrar como se criam legumes no espaço ao mesmo tempo que explicam conceitos de ciência, agricultura e nutrição.
Da ISS também é possível ver a Terra de “perto” e, neste aspeto, podem ser recolhidos dados acerca do clima, transformações ambientais e feita a monitorização de desastres naturais, graças aos seus equipamentos de observação – e aos olhos dos astronautas.
Estes e mais exemplos das aplicações que as tecnologias e sistemas desenvolvidos para os astronautas da ISS podem ter na Terra estão reunidos no livro International Space Station: Benefits for Humanity, que a NASA atualizou recentemente.
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