O anúncio faz parte das iniciativas de sustentabilidade da Google e as ferramentas da empresa vão permitir que os seus parceiros, organizações públicas e não-governamentais, possam monitorizar o desflorestamento e fornecer alertas em tempo real sobre incêndios florestais e inundações. O alojamento de projetos na cloud e a utilização de análise de dados para proteger a fauna e a floresta fazem também parte das novas propostas.
"O Brasil é o país com maior biodiversidade em todo o mundo e 60% da floresta amazônica, a maior floresta tropical remanescente no mundo, está em território brasileiro. Como a floresta que mais remove carbono da atmosfera no planeta, a Amazônia desempenha um papel crítico na mitigação das mudanças climáticas", sublinha Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, que lembra que nos últimos 15 anos, o desmatamento atingiu o nível mais alto de sempre.
"Preservar sua biodiversidade é uma questão global e urgente que ajudará a enfrentar os efeitos devastadores das mudanças climáticas e impactar positivamente os habitantes da floresta, incluindo ribeirinhos, comunidades tradicionais e indígenas", realça Fabio Coelho.
Uma equipa de 13 funcionários da Google vai trabalhar pro bono para a organização The Nature Conservancy (TNC) , durante seis meses, no âmbito do programa Google.org Fellowship. O objetivo é ajudar a construir uma API de dados abertos que permita a qualquer entidade rastrear a origem geográfica da madeira e se ela foi extraída ilegalmente da Amazônia. Esta é a nossa primeira parceria do programa da Google.org na América Latina.
Adicionalmente, a Google vai doar 1 milhão de dólares em dinheiro e 500 mil dólares em anúncios a esta organização para apoiar o desenvolvimento de soluções que ajudem a combater o desmatamento ilegal na floresta amazônica.
No âmbito da cloud, Fabio Coelho destaca o trabalho de disponibilização e utilização de dados do Google Earth Engine, MapBiomas e Imazon, que está refletido no Timelapse do Google Earth e na ferramenta de previsão de enchentes.
Um dos principais acordos foi assinado com o Instituto Nacional de Investigação Espacial (INPE), a agência governamental brasileira que utiliza imagens de satélite para medir o desflorestamento. O INPE vai usar as ferramentas de inteligência artificial do Google e as capacidades de processamento de dados em nuvem para identificar os incêndios florestais nos seus níveis mais precoces e ser capaz de tomar rapidamente medidas para impedir a propagação do incêndio.
Os acordos foram anunciados na cidade brasileira de Belém com a assinatura de parcerias para apoiar várias organizações não governamentais, e explicados num post publicado no blog da Google.
O Centro de Referência de Informação Ambiental (CRIA) é outro dos novos parceiros nesta iniciativa. A organização dispõe de um banco de dados com 166 milhões de registos de espécies e 4,5 milhões de imagens da Amazónia, que permitirá que estes dados sejam disponibilizados na nuvem para qualquer investigador.
"Vamos também testar a utilização da computação visual, com modelos de inteligência artificial, para pré-classificar milhões de espécies enviadas pelos herbários, para explicou a diretora do Google Cloud, Patricia Florissi.
O Instituto do Homem e do Ambiente da Amazónia (Imazon) é outros pro projetos envolvidos e será apoiado pela inteligência artificial para analisar os milhares de imagens de satélite que processa, com o objetivo de detetar a construção de estradas na Amazónia.
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