Planet Driller é descrito pelo seu criador como “um jogo de exploração mineira em 3D em que o jogador tem de encontrar antimatéria para salvar a Terra”. A missão principal na mecânica desta aventura espacial é essencialmente essa, mas o objetivo real do projeto desenvolvido por Vitor Pêgas passa por obter aprovação junto da comunidade que sustenta o Greenlight e assim ver o jogo à venda no Steam, a plataforma de distribuição electrónica da Valve, onde estão muitos dos mais bem-sucedidos títulos do mundo.

“Até conseguir encontrar antimatéria, a substância que pode salvar os destinos da Terra, o jogador deve visitar vários planetas hostis e recolher outros minerais, que pode ir vendendo para adquirir os upgrades de equipamento de que necessita para perfurar ainda mais fundo”, explica o programador e game designer de Planet Driller.

O desafio é bem mais complexo, contudo: existe uma base onde é necessário regressar constantemente para atestar o depósito da nave, comprar novos upgrades na loja e vender recursos já extraídos. E pelo “caminho” pode haver contratempos, desde catástrofes naturais extremas que dificultam a ação a criaturas que ameaçam a segurança da nave.

 

Mas o que mais se destaca em Planet Driller é o mapa com 25 blocos em largura e 1.000 em profundidade, que ainda pode crescer mais após o eventual lançamento do jogo. O “truque” está num método de desenvolvimento que Vitor Pêgas decidiu investigar de há uns meses para cá.   

Geração aleatória de conteúdos

“Já me dedico à programação de jogos há algum tempo, mas há uns meses vi-me intrigado com os métodos de geração aleatória de conteúdos. Decidi investigar um pouco mais e acabei por criar este jogo com base em conceitos de programação prodecural usados várias vezes, que é o que acontece com a forma como o mapa vai sendo gerado”, conta o autor. “Este processo é aleatório e permite que o jogador jogue milhares de vezes sem encontrar a mesma disposição e quantidade de minerais”, completa.  

Com o objetivo de transformar em breve o seu projeto Oryzhon Studios numa empresa de criação de jogos, Vitor Pegas fez sozinho toda a programação, modelação e áudio de Planet Driller. E revela ainda ao TeK as razões de optar pelo Greenlight para apresentar o jogo: “A indústria portuguesa de vídeojogos está a crescer bastante e o Steam conta já com vários jogos criados por portugueses. Decidi contribuir também para esta lista, que está a crescer a cada dia que passa, e talvez levar o bom nome de Portugal além fronteiras”. Resta agora aguardar que Planet Driller passe no “teste” Greenlight.

Luz verde!

São vários os jogos lusos que já estiveram em aprovação no Greenlight – como são exemplos os títulos Project Shrooms, Talewind e Quest of Dungeons – e entre eles há sempre os que acabam por alcançar o sucesso desejado. Foi isso que aconteceu com estes dois últimos jogos que referimos e também com Slinki, que em tempos mencionámos aqui pelo TeK (à venda no Steam por 4,99 euros há já mais de um ano).

O Greenlight é uma plataforma em que criadores de videojogos para PC, Linux ou Mac podem submeter os seus títulos à apreciação, votação e crítica da comunidade, com o objetivo de verem as suas criações presentes no Steam, o site de distribuição electrónica de jogos da Valve.

Um dado curioso é a obrigatoriedade de cada programador ter de pagar uma tarifa única de 90 euros para submeterem os seus jogos, verba esta que reverte a favor da Child’s Play, uma instituição de caridade que zela pela felicidade de crianças em mais de 70 hospitais de todo mundo.