É mais um projeto inovador no campo da exploração espacial. O LightSail, nome dos protótipos e do futuro satélite, é um veículo espacial que move-se com a ajuda da luz solar. E de acordo com a perspetiva da equipa de investigadores que está a trabalhar no projeto, isto pode significar uma fonte quase inesgotável de energia.

O segredo está na vela de grandes proporções que o LightSail tem na sua estrutura. Apesar de o corpo principal ter dimensões reduzidas, o seu tamanho total aumentará exponencialmente depois de as velas serem "desfraldadas".

Estas velas são construídas num material específico que permite usar o impacto dos fotões da luz solar para gerar movimento. E os cientistas estão convencidos que ao final de algum tempo, e com a ajuda do vácuo no espaço, os impactos sucessivos serão suficientes para gerar uma velocidade aceitável no equipamento de exploração.

E como os raios solares chegam a uma boa parte do Sistema Solar, é de esperar que o equipamento continuasse o seu percurso até encontrar um "novo Sol", uma nova fonte de energia. Daí o pensamento de fonte quase inesgotável de energia.

Quando a luz solar não for suficiente, então será possível recorrer a lasers para o fazer. Mas a ideia por trás deste conceito é de que as velas solares possam ser para já a primeira forma de exploração interestelar.

O primeiro protótipo vai para o espaço já em maio, a bordo do foguetão Atlas V. Nesta primeira fase a equipa só quer testar o sistema de desdobramento das velas, pelo que é esperado que o protótipo acabe por ficar destruído ao fim de alguns dias, pois também não estará a uma altitude suficiente para escapar aos ventos terrestres.

No próximo ano será enviado um novo protótipo, a bordo de uma missão da SpaceX, que já vai atingir as 450 milhas de altitude, cerca de 725 quilómetros. Aí as condições de teste serão mais "reais" e o conceito poderá ser melhor validade ou criticado.

Em tempos a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) chegou a equacionar esta tipologia de nave para uma das suas missões espaciais, mas acabou por desistir pois na altura considerou-se que seria um risco demasiado alto - fala-se da década de 1970.

O projeto LightSail é totalmente financiado por investidores privados e está a ser liderado pela The Planetary Association, escreve o The New York Times. Os dois protótipos já com missões calendarizadas tiveram um custo total de quatro milhões de dólares.


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