A missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) atingiu um marco significativo: o fim da fase de varrimento do céu. Com mais de três biliões de observações de cerca de dois mil milhões de estrelas e outros objetos celestes, Gaia mudou para sempre a forma como entendemos a nossa galáxia e o universo ao seu redor.
Para celebrar este feito notável, a ESA divulgou uma animação impressionante da Via Láctea, criada a partir dos dados recolhidos pelo telescópio espacial que dá nome à missão. O vídeo oferece uma visão detalhada e transformadora da nossa galáxia, apresentando-a de um modo que antes parecia impossível.
Veja o vídeo
Desde o seu lançamento a 19 de dezembro de 2013, Gaia tem desempenhado um papel fundamental na astronomia. Através de uma precisão sem precedentes, construiu um mapa tridimensional da Via Láctea, revelando detalhes surpreendentes sobre as estrelas, desde os seus movimentos e temperaturas até à sua composição química.
Entre as descobertas mais notáveis estão as revisões fundamentais sobre a estrutura da galáxia. As ideias tradicionais sobre o número e a forma dos braços espirais, bem como a inclinação da barra central da Via Láctea, foram desafiadas.
Clique nas imagens da galeria para mais detalhe
Com base nos dados de Gaia, sabemos agora que a galáxia tem mais do que dois braços espirais, e estes são menos proeminentes do que pensávamos. Além disso, a barra central da galáxia está mais inclinada em relação ao Sol do que se imaginava.
“Não conseguimos tirar uma ‘selfie’ da nossa galáxia, mas Gaia oferece-nos a visão mais precisa de sempre”, afirma Stefan Payne-Wardenaar, visualizador científico da Haus der Astronomie, na Alemanha.
Apesar de o telescópio ter concluído a fase de recolha de dados científicos, o trabalho da equipa Gaia está longe de terminar. Nos próximos anos, estão previstas duas novas grandes divulgações de dados. Programada para 2026, a quarta será uma das mais esperadas pela comunidade científica, abrangendo os primeiros 5,5 anos de observações e com um volume estimado de 500 terabytes.
Entre as muitas descobertas potenciais, estão avanços significativos na identificação de estrelas binárias, exoplanetas e até mesmo no estudo do impacto de galáxias menores na história da Via Láctea.
“Gaia foi a máquina de descobertas da década, e isso continuará com os dados que ainda temos para explorar”, referiu Anthony Brown, presidente do Consórcio de Processamento e Análise de Dados Gaia.
Enquanto se prepara para a sua reforma, o telescópio será redirecionado para uma órbita heliocêntrica longe da Terra, onde ficará inativo a partir de março de 2025. Antes disso, no entanto, a ESA irá realizar testes tecnológicos, que poderão ser úteis para futuras missões espaciais.
Durante este período, a orientação do Gaia será alterada, tornando-o visível a telescópios amadores. Astrónomos de todo o mundo são convidados a observar e partilhar imagens deste momento especial. “Gaia deu-nos um legado extraordinário e continuará a ser uma fonte de descobertas para as gerações futuras,” conclui Uwe Lammers, gestor da missão Gaia, citado pela ESA.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Mais de 50 imagens incríveis da Terra e do Espaço que marcaram 2024 -
Site do dia
Guarde e organize os posts favoritos da rede social X com esta extensão do Chrome -
App do dia
Se precisa de relaxar experimente a app Chill para gerir o stress e o sono -
How to TEK
Saiba como partilhar a sua localização num iPhone
Comentários