Em fevereiro, a NASA lançou um desafio à comunidade mundial de entusiastas da exploração espacial para a ajudar a desenvolver um rover que seja capaz de navegar pelas paisagens inóspitas de Vénus. Ao todo, o concurso recebeu 572 propostas de 82 países e a Agência já escolheu os vencedores

A resposta ao desafio superou as expetativas, avança Jonathan Sauder, engenheiro de mecatrónica do Jet Propulsion Laboratory da NASA, em comunicado. “Recebemos tantas grandes ideias e conceitos bem desenvolvidos que decidimos adicionar mais dois finalistas à lista, assim como mais 10 menções honrosas”, explica o responsável.

O grande vencedor do prémio de 15 mil dólares foi “Venus Feelers”, o projeto do designer egípcio Youseef Ghali que terá a oportunidade de colaborar com a NASA na construção do sensor para o Automaton Rover for Extreme Environments (AREE). A criação conta com um sistema triplo de rodas e uma espécie de antenas para evitar obstáculos como rochas de grandes dimensões, encostas íngremes e fendas no solo: tudo isto sem recorrer a sensores eletrónicos.

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Já “Skid n’ Bump”, a proposta da norte-americana Team Rovetronics, venceu o segundo prémio de 10 mil dólares. O sistema desenvolvido recorre à combinação de um conjunto de mecanismos com uma sonda metálica destinada a ajudar o AREE a detetar obstáculos.

O terceiro prémio de 5 mil dólares foi para "Direction Biased Obstacle Sensor (DBOS)", uma criação do australiano Callum Heron. Para fazer com que o AREE se consiga orientar, o projeto usa um conjunto de pequenas vigas metálicas cruzadas que detetam interferências no percurso, assim como vários sensores localizados no centro e na traseira do rover.

O concurso atribuiu também o título de melhor protótipo à criação da equipa Kob Art, da Letónia. O grupo que ganhou um prémio de 2 mil dólares desenvolveu um protótipo à escala real de um sensor AMII que usa um conjunto de mecanismos à base de materiais comuns para guiar o rover. Já o projeto ECHOS, do britânico Matthew Reynolds, recebeu um prémio de 2 mil dólares pelo design mais inovador.

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Embora o “planeta gémeo” da Terra tenha vindo a intrigar os cientistas há muito tempo, a sua exploração apresenta-se como um autêntico desafio. Até mesmo a tecnologia de ponta de grau militar torna-se obsoleta em Vénus e é por esse motivo que o AREE precisa de um sensor especial que não tenha por base um sistema elétrico.

Recorde-se que apenas as sondas soviéticas Venera e Vega e a missão Venus Pioneer foram capazes de suportar, se bem que momentaneamente, as suas temperaturas acima de 450° C e a sua atmosfera com uma pressão capaz de esmagar um submarino e as suas nuvens de ácido sulfúrico.

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