Se há os que defendem que é obrigatório “ver para crer”, outros dizem que “tocar é acreditar”. E atualmente um dos problemas do segmento da realidade virtual é justamente no campo da interatividade. Apesar de a experiência de imersão ser já bastante satisfatória do campo visual, fisicamente falando a experiência não é enriquecedora.



Um grupo de investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, parecem ter uma solução para dar corpo à realidade virtual. E a solução vem de onde possivelmente menos se esperava: do som.



Os cientistas estão a trabalhar num sistema de contacto háptico que é gerado pela emissão de sons através de micro-colunas. Graças a esta técnica é possível um utilizador estar a sentir e a “tocar” numa bola mesmo sabendo que não existe nenhum objeto físico.

Quando o som de alta frequência que é emitido entra em contacto com a mão da pessoa, cria pressão na pele e a sensação de se estar a tocar num objeto. Depois através de um sensor que reconhece a posição da mão, é possível direcionar o fluxo de som para o local correto, pelo que o utilizador não precisará de ficar com o membro num lugar estático.



Através da conjugação com sistemas de realidade aumentada será possível, por exemplo, estar num cenário com um gato virtual e tocar numa representação háptica do animal, o que tornaria a experiência muito mais imersiva do ponto de vista sensorial.



Mas o projeto é interessante não só do ponto de vista do entretenimento. Os investigadores falam num cenário em que médicos vão poder sentir o interior dos pacientes. Imagine um exame que detetou um pequeno tumor na cabeça de um paciente – o profissional de saúde será capaz de saber onde está exatamente posicionado e saber qual o seu tamanho.



O trabalho de investigação foi apresentando ontem, 3 de dezembro, na China, numa altura em que já várias empresas mostraram interesse em adquirir a tecnologia denominada de Ultrahpatics, escreve a New Scientist.


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