Foram necessários sete anos para a Naughty Dog lançar a esperada sequela de The Last of Us, antes disso, o estúdio produziu Uncharted 4, provando ser um dos estúdios com maior capacidade de contar histórias nos videojogos da atualidade. Mas mais que uma história, o estúdio cunhou uma experiência adulta, repleta de horror, não só pela constante presença dos clickers, os zombies deste universo pós-apocalíptico, como os próprios sobreviventes que restam da humanidade.
Séries como The Walking Dead mostram como os grupos de sobreviventes conseguem ser ainda mais perigosos e o estúdio explora exatamente o conceito tribal. Quem é verdadeiramente o inimigo tudo depende da perspetiva, da sua própria história pessoal e claro, motivações que justificam as suas ações – sejam os protagonistas como os “vilões” da trama.
Mas por muito que a história seja obviamente o fio condutor do jogo, é a jogabilidade e as novas mecânicas que o estúdio introduziu que fazem a diferença. Algumas delas o SAPO TEK já explicou num primeiro contacto com o jogo. Houve muitas surpresas que o estúdio conseguiu manter até ao lançamento (considerando que tenha ignorado alguns dos leaks que circulam pela internet a alguns meses antes do seu lançamento).
Uma das mecânicas surpreendentes é a capacidade de o jogador poder tocar viola acústica dentro do próprio jogo, usando para isso o comando DualShock 4. Não se trata de nenhum mini-jogo em que devem carregar em botões que aparecem no ecrã. O jogador tem total controlo do instrumento, conseguindo não só elaborar 30 acordes, como dedilhar cada uma das seis cordas do instrumento, replicando sem dificuldade muitos dos temas conhecidos. Este “milagre” de design foi conseguido através da utilização do painel tátil, onde o estúdio “estendeu” as seis cordas que podem ser tocadas independentemente. E o resultado é o semelhante a uma guitarra afinada.
O jogo promete ainda momentos de ação, procurando equilibrar abordagens furtivas ou de ação direta. E para isso tem acesso a um vasto arsenal entre pistolas, caçadeiras, espingardas e armas improvisadas de ataques de proximidade, como bastões, pé-de-cabra ou machados. E de forma silenciosa pode usar um arco e flechas, ou improvisar um silenciador com uma garrafa de plástico.
Mas em muitos momentos, devido a escassez das munições e matérias-primas, sobretudo quando jogado em dificuldades elevadas, deverá esconder-se e fugir dos inimigos. Mesmo quando opta por uma abordagem furtiva, terá de lidar com cães que farejam os locais onde se esconde, e seguem o rasto, obrigando a constantes mudanças de esconderijo, isto se não quiser abater o animal.
O sistema de combate corpo-a-corpo algumas transformações face ao primeiro jogo, aproximando-se agora mais a Uncharted 4. É mais fácil desviar golpes dos inimigos, fazendo contra-ataques rápidos. A aproximação de câmara torna estas sequências bem mais cinematográficas e visualmente apelativas.
Há muito para descobrir nesta nova aventura que arrebatou a crítica. A Naughty Dog tem agora a difícil decisão de fazer um terceiro jogo da série ou partir para algo totalmente diferente. Mas considerando a altura da fasquia de The Last of Us Part 2, e pelo panorama atual da COVID-19, dificilmente a equipa liderada por Neil Druckmann terá coragem de voltar tão rapidamente a este mundo destruído por uma pandemia de um vírus…
The Last of Us Part 2 é um exclusivo da PlayStation 4 e já se encontra nas lojas, totalmente localizado com vozes em português.
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