O Xiaomi SU7 já esteve "ao vivo" no Mobile World 2024 (MWC24) em Barcelona, onde o SAPO TEK teve a possibilidade de ver o carro, mas sem mexer, já que estava "intocável" num espaço central do stand da Xiaomi na feira.
Hoje é a data oficial de chegada ao mercado, mas só na China, já que não há previsão para o lançamento internacional. A Xiaomi preparou um evento oficial em Pequim onde foram revelados mais detalhes, novidades no desempenho e o preço do carro.
Acompanhe aqui a transmissão em direto com o SAPO TEK
As expectativas são altas e esta é uma aposta forte da Xiaomi. Três anos depois de decidir entrar no mercado dos automóveis elétricos, o fundador da empresa, Lei Jun, sublinha que a Xiaomi desenvolveu tecnologia em 5 áreas chave que podem acelerar a indústria e mostra confiança de que pode ultrapassar a Tesla.
O preço oficial foi mantido em segredo mas, em antecipação ao lançamento, Lei Jun, CEO da Xiaomi, tinha revelado que ficaria abaixo dos 500.000 RMB/yuan (o equivalente a pouco mais de 64 mil euros). Mas afinal ficou mesmo muito abaixo deste valor mesmo no modelo de topo.
Veja as imagens do Xiaomi SU7
"Hoje é um dia importante [...] completamos um ciclo com o HyperOs", afirmou Lei Jun na abertura da conferência de apresentação que está a decorrer, dizendo que não se poupou a despesas para o lançamento do novo carro, com testes de terreno que correspondem a mais de 100 voltas à Terra.
O fundador da Xiaomi lembrou que há 3 anos se mostrou disponível para apostar o seu trabalho e honra nesta área, e não tinha antecipado que seria tão difícil. "Tão dificil que não esperava que a Apple desistisse", afirmou, numa rerência ao facto da marca norte americana ter recuado na sua proposta de um "Apple Car". Mesmo assim admitiu que "é difícil construir um carro mas é cool ser bem sucedido".
"Queremos se o carro mais bonito, mais fácil de conduzir, e de maior qualidade, abaixo de 500 mil yuan [...] é um carro de sonho", afima Lei Jun
O presidente da Xiaomi detalhou as características do carro, que já eram conhecidas, e garante que é ainda mais bonito ao vivo do que nas fotos. A juntar às três cores que já tinham sido divulgadas, Lei Jun revelou mais 6 cores novas e há até um lilás. "A cor de um carro é muito importante e tomámos conta dos diferentes interesses dos clientes".
E há também quatro cores de interiores, que podem ser combinadas de forma flexível com as dos exteriores do SU7.
Lei Jun deixa também o convite para quem quiser fazer um test drive, e disse que está a aprender a fazer drifts, para mostrar as capacidades do carro.
Para além de todas as funcionalidades o presidente da Xiaomi destaca a autonomia, com 700 km de com um único carregamento, uma melhoria significativa em relação aos últimos dados partilhados em dezembro, onde apontava para 668 km.
A velocidade de carregamento também foi melhorada e 15 minutos são suficientes para mais de 500 km no modelo mais avançado. Mas também no modelo base Lei Jun diz que a velocidade de carregamento é melhor do que a do Model 3 da Tesla.
Tal como tinha acontecido em dezembro, a segurança foi um dos temas onde o presidente da Xiaomi mais se demorou na apresentação, falando do reforço do chassi e da proteção dos airbags, das baterias, a par do conforto interno e da inteligência de aviso de utilização de cintos e de outros pontos de uso por parte dos passageiros.
A Xiaomi tem vindo a investir no desenvolvimento desta área de negócio nos últimos três anos e tem mais de 1.000 pessoas a trabalhar no SU7, mas quer aumentar para 1.500 pessoas até ao final do ano.
E finalmente o preço. "Acho que a maior parte das pessoas não percebem o custo de fazer um carro e de rentabilizar o investimento", explica Lei Jun, antes de avançar com o custo. O SU7 tem três modelos, todos com autopilot e performance, com velocidade que chega a mais de 200 km por hora, e autonomia de 700 Km. "é uma configuração muito forte", avisa.
A comparação com a Tesla é obrigatória e embora admita que ainda não está ao mesmo nível da empresa de Elon Musk, Lei Jun diz que isso pode acontecer em 4 a 5 anos. "Eles são fortes mas não estão focados no mercado chinês", afirma, lembrando que para usar o piloto automático no mercado chinês é preciso pagar um valor adicional, o que não acontece com a Xiaomi.
Os três modelos têm características diferentes de motor e configurações, entre o modelo base, o Pro e o Max. E os valores estão muito mais abaixo do que era esperado, começando nos 216.000 RMBs e chegando aos 300 mil, valores arredondados, o que corresponde a 27.600 euros no modelo mais barato, ficando abaixo de 40 mil no SU7 Max.
Recorde-se que os rumores apontavam para valores abaixo dos 500 mil RMB, o que corresponde a cerca de 65 mil euros.
Os primeiros modelos vão começar a ser entregues em Abril e a Xiaomi promete aumentar a produção, e o número de lojas onde ficam disponíveis, mas por enquanto apenas no mercado chinês. Há ainda dois modelos de "assinatura", um SU7 base e um SU7 Max, mas que são pré definidos e com toques especiais do presidente da Xiaomi. "São só para grandes fãs da Xiaomi", avisa.
O que já sabemos sobre o Xiaomi SU7?
Na China, as lojas da Xiaomi já começaram a ter o SU7 em exposição, despertando a curiosidade de possíveis compradores e de bloggers e criadores de conteúdo locais. Em preparação para o lançamento, a fabricante lançou a aplicação que acompanha o automóvel nas lojas digitais chinesas.
O automóvel SU7 é produzido em parceria com a fabricante BAIC. A Xiaomi fornece os programas e componentes eletrónicos para o veículo e as baterias são fornecidas pela fabricantes BYD e CATL, mas há várias áreas de inovação que estão no domínio da marca.
Motor elétrico, bateria, Hyper casting, condução autónoma e cabine inteligente são as cinco áreas onde a Xiaomi quer fazer a diferença nos automóveis elétricos, apostando na inovação desenvolvida pelas suas equipas de I&D e em parceria com empresas especializadas em algumas das áreas.
Veja o vídeo
Lei Jun, CEO da Xiaomi, deixou bem claro que o objetivo da empresa é ultrapassar a Tesla e lembrou que já investiu mais de 10 mil milhões de dólares no projeto.
"Queremos ser melhores que a Tesla, estamos decididos a desenvolver os carros mais rápidos", afirmou Lei Jun durante a apresentação, adiantando que a Xiaomi quer ser o melhor veículo elétrico (EV) para condução no inverno. "Desde o início da nossa jornada temos esse objetivo de sermos os reis do inverno no EV"
Mas esta é uma aposta a longo prazo. "Vamos trabalhar nos próximos 15 a 20 anos para nos tornarmos num dos 5 maiores fabricantes de automóveis do mundo, impulsionando toda a indústria automóvel na China", sublinhou Lei Jun, que garante que este é um carro de sonho equivalente a um Porsche ou Tesla e que nunca quis fazer um carro "mediano".
Mais de mil dias de desenvolvimento de I&D permitiram à Xiaomi mostrar as novas tecnologias desenvolvidas nas principais áreas, garantindo que os primeiros automóveis vão chegar ao mercado em 2024, mas algumas das novidades só vão estar disponíveis em 2025.
A decisão de construir um sedan foi também abordada e Lei Jun diz que este é um modelo de automóvel que tem marcado a evolução da indústria, e que o Xiaomi SU7 foi pensado para quem procura a melhor tecnologia e experiência na condução.
É maior do que o Model 3 da Tesla e semelhante ao Series 5 da BMW e Lei Jun revela que rejeitou o design apresentado pela equipa três vezes e que foi difícil, mas afirma que tem uma equipa de topo envolvida nesta área, alguns dos quais estiveram na base do desenvolvimento dos BMW elétricos e da Mercedes Benz.
"Queriamos fazer um design que se mantivesse durante 7 a 10 anos", explica, lembrando que para os utilizadores chineses os carros não têm apenas de ser bonitos mas utéis e duráveis, por isso a Xiaomi quis encontrar um equilíbrio perfeito nos novos modelos, onde também o interior do automóvel foi pensado com cuidado.
Numa mensagem mais pessoal, o CEO da Xiaomi admitiu que nos últimos três anos teve muitas dúvidas sobre se a aposta nos automóveis eletricos seria bem sucedida, porque sabia que era um mercado difícil, mas decidiu avançar e acredita que a empresa consegue fazer a diferença e que nos próximos anos haverá carros da marca a rolar nas estradas de todos os países do mundo.
"O SU7 foi criado para os sonhadores deste mundo", sublinha Lei Jun no final de uma apresentação de 3 horas, com muitos detalhes e novidades mas sem preços.
Motores de 27800 rpm e autonomia de 1.200 km
A comparação com a Tesla e com a Porsche, no desempenho do motor, mostra como a Xiaomi está a colocar alta a fasquia no desenvolvimento dos seus automóveis elétricos. A empresa tinha começado por ter como meta motores de 21 mil rotações por minuto, mas entretanto a concorrência conseguiu atingir este nível, por isso Lei Jun desafiou a equipa a ir mais longe e chegou ao 27.800 rpm com o motor V8, mas que precisou de adaptações no rotor e nos materiais utilizados para garantir a resistência.
O motor V8 só vai chegar aos novos carros da Xiaomi em 2025, mas a empresa já está a trabalhar num motor de 35 mil rotações por minuto, ainda em ambiente de laboratório. Para já os motores que entram em produção são os V6 e V6s, com capacidade de 299 hp e 374 hp.
"O motor V8 é um passo significativo no nosso investimento na tecnologia de motores elétricos e procuramos ser um player líder na indústria", afirma Lei Jun.
A bateria é um dos elementos mais importantes num carro elétrico e nesta área a Xiaomi está também a apostar forte, com a parceria da CATL, garantindo nos SU7 uma autonomia de 1.200 km mesmo a 150 km/h.
A empresa desenvolveu também a sua própria tecnologia de CTB (Cell-to-Body) que integra a bateria no chassi do veículo, aumentando a rigidez estrutural e permitindo uma cabine mais espaçosa, ao contrário de outros carros elétricos. Mas a segurança não foi deixada de lado e foram criadas mais camadas de proteção que também permitiram que o SU7 conseguisse passar os testes IP6K9K.
Os desenvolvimentos da Xiaomi vão também à tecnologia de produção, com a tecnologia Hypercasting, em vez de die-casting, para moldar os metais. "A nossa máquina de moldagem na fábrica é enorme", explica o CEO da Xiaomi.
É também na tecnologia de condução autónoma que a Xiaomi quer fazer a diferença, e onde está a investir mais. "Estamos confiantes porque investimos muito nesta área e temos vantagem de ter chegado mais tarde ao mercado, por isso usamos tecnologias mais recentes", destaca.
Há novos desenvolvimentos no algoritmo de condução e no BEV (Bird eye view) e sensores para ultrapassar os momentos mais difíceis e complexos de reconhecimento de objetos, passagem em portagens e sinalização temporária nas estradas, mas também em estacionamento em locais apertados. O Xiaomi Pilot já está a ser testado e Lei Jun diz que em breve vai alargar os locais onde a condução autónoma vai chegar às ruas de cidades chinesas.
Na visão de Human x Car x Home o interior do automóvel e a experiência dentro da cabine dominou também uma área relevante da apresentação, quer no espaço garantido ao condutor e passageiros, quer na utilização dos vários sistemas. Um dashboard que roda quando se liga o carro, displays maiores e a integração entre 5 ecrãs de entretenimento dentro do SU7 fazem parte das propostas do novo automóvel da Xiaomi. E embora Lei Jun garanta que a melhor experiência é com o HyperOS e os smartphones da Xiaomi, também pode ser usado com iPhone e iPad.
Nota de Redação: A notícia foi atualizada durante a conferência. Última atualização 13h18
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