Cerca de 76,7 milhões de pacientes em todo o mundo eram monitorizados remotamente em 2023. Um estudo sobre a utilização de dispositivos mHealth foi publicado pela empresa de pesquisa do mercado de IoT, Berg Insight, que regista as aplicações para Terapia do sono, monitorização de níveis de glicose em pacientes com diabetes e monitorização de pacientes com dispositivos implantáveis de gestão do ritmo cardíaco (CRM) como os principais segmentos. Os segmentos que mais vão crescer até 2018 serão a monitorização remota de ECG e a monitorização da conformidade da medicação.
“A aceitação do mercado continua a crescer em vários segmentos importantes”, avançam os investigadores. Que explicam que o aquele número inclui todos os pacientes inscritos em programas de cuidados mHealth nos quais os dispositivos são parte integrante do regime de cuidados.
A Berg Insight estima que o número de pacientes monitorizados remotamente irá aumentar a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12,8% antecipando que o número possa atingir os 140,1 milhões em 2028.
Os dispositivos médicos conectados utilizados para o controlo pessoal da saúde, como os smartwatchs ou as pulseiras eletrónicas, não estão incluídos naquele número.
As três principais aplicações deste tipo de tecnologia são à terapia do sono, à monitorização de níveis de glicose em pacientes com diabetes (CGM) e à monitorização de pacientes com dispositivos implantáveis de gestão do ritmo cardíaco (CRM) .
A terapia do sono é “de longe”, referem, “o segmento mais conectado”, sendo dominado pela ResMed. Em 2023, aproximadamente 32,2 milhões de pacientes com terapia do sono foram monitorizados remotamente, um número que mais que duplicou relativamente a 2018. Motiva este crescimento, os requisitos de monitorização de conformidades introduzidos quer nos EUA, quer na Europa, explicam os analistas.
Na área da monitorização dos níveis de glicose o crescimento tem sido significativo, nos últimos anos, tendo agora alcançado a segunda posição entre as aplicações mais utilizadas. Fornecedores como a Abbott ou a Dexcom têm visto um incremento na adoção de sistemas de monitorização contínua da glicose.
A fechar o pódio, o mercado de CRM é liderado por empresas como a Medtronic, a Abbott, a Boston Scientific e a BIOTRONIK, que começaram a incluir a conetividade nas soluções de CRM há mais de duas décadas. A maioria destas empresas tem representação direta em Portugal.
Outras categorias de dispositivos incluem ECG, tele-saúde, cumprimento da medicação, ou monitores de tensão arterial.
A Berg Insight prevê que os segmentos de mercado com crescimento mais rápido nos próximos cinco anos sejam a monitorização remota de ECG e a monitorização da conformidade da medicação. Contam-se entre os principais intervenientes nos cuidados de saúde conectados nestes segmentos “operadoras históricas com visão de futuro, bem como novos intervenientes inovadores”, incluindo AliveCor, Boston Scientific, Compliance Meds Technologies, Evondos, GE HealthCare, Phillips, Hero, InfoBionic.Ai, iRhythm Technologies, MedMinder, MedReady e VitalConnect.
Este segmento inclui plataformas e soluções de software que permitem a monitorização remota dos doentes através da utilização de dispositivos conectados, como wearables e sensores, para recolher dados de sinais vitais e métricas de saúde em tempo real. Os fornecedores de serviços neste espaço oferecem soluções abrangentes que integram a análise de dados, capacidades de tele-saúde e ferramentas de envolvimento dos doentes “para garantir cuidados contínuos e eficientes”, dizem os analistas em comunicado.
A procura de soluções de monitorização ao domicílio tem aumentado nos últimos anos, resultado de uma transformação na adoção de cuidados assentes em valor. Este modelo de cuidados “exige que as soluções de cuidados sejam simultaneamente rentáveis e de elevada qualidade”. Para o efeito, os intervenientes no sector dos cuidados de saúde desenvolveram soluções de diagnóstico remoto, que permitem aos prestadores de cuidados de saúde avaliar e diagnosticar os doentes à distância.
“As aplicações de auto-envolvimento e as soluções de monitorização da conformidade garantem que os doentes aderem aos tratamentos prescritos, aumentando a eficácia dos regimes médicos”, explica a Berg Insight.
Entretanto, a inteligência artificial também está a ser adicionada às soluções mHealth, ajudando na deteção de doenças e no tratamento personalizado através da análise de grandes conjuntos de dados, “tornando-se em sistemas abrangentes que ajudam no diagnóstico e tratamento de pacientes, abrindo caminho para cuidados de saúde mais eficazes”, afirma Vatsala Raina, analista de IoT na Berg Insight. Isto pode significar um alívio para o sector de cuidados de saúde atualmente sobrecarregado.
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