O INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia comunicou hoje que o centro que vai ser instalado em Braga vai funcionar como Nó Central da Rede Nacional de Microscopia Eletrónica Avançada para as Ciências da Saúde e da Vida (CryoEM-PT), permitindo assim o arranque desta rede.
No INL vai ser instalado um crio microscópio eletrónico de última geração, preparado para a caracterização de amostras biológicas e farmacêuticas, e a investigação a desenvolver está associada ao estudo do cancro, assim como de de infeções virais, onde o SARS-CoV2, ou o novo coronavírus, assume interesse de destaque. Estão no leque de temas de investigação neste centro a resistência bacteriana a antibióticos, das doenças de Alzheimer e Parkinson, e ainda à conceção, desenvolvimento e administração de fármacos.
Em comunicado o INL indica que arrancou já com os trabalhos para preparar a chegada do novo microscópio. O processo para a aquisição e instalação do novo equipamento, cujo valor ronda os 2,1 milhões de euros, foi já iniciado, após a recente aprovação do financiamento ao abrigo do programa Portugal 2020. O investimento total previsto para o projeto aprovado é de quase 2,5 milhões de euros.
Recorde-se que o laboratório internacional foi fundado em 2008, pelos governos de Portugal e de Espanha, e tem uma larga experiência na aplicação da microscopia eletrónica na área das Ciências dos Materiais, e também nas áreas das Ciências da Vida e da Saúde.
"O INL dispõe de uma infraestrutura com características únicas, não só em termos de espaços com as especificações físicas e técnicas adequados para a instalação do crio microscópio eletrónico de última geração, assim como a existência de quadros especializados para a respetiva instalação e manutenção, fatores que foram considerados determinantes para a atribuição dos fundos necessários à aquisição do novo equipamento e à criação do Centro Nacional de Criomicroscopia Eletrónica", refere o comunicado.
Paulo Ferreira, responsável pelo Centro de Microscopia Avançada, Imagem e Espectroscopia do INL e Coordenador da Rede CryoEM-PT, defende que “este novo instrumento vai ter um impacto profundo, não só na investigação nas áreas das Ciências da Vida e da Saúde”.
"O CryoEM-PT, por ser o único do género em Portugal, vai permitir a realização de projetos com alto impacto científico, tecnológico e societal, mas também na economia nacional, em particular na região Norte, ao permitir um salto qualitativo na investigação científica, e ao estabelecer-se como um centro de investigação de referência e excelência nestas áreas para universidades, centros de investigação e empresas”, indica o investigador, citado pelo INL.
Segundo informação partilhada, o novo centro vai permitir o estabelecimento de novas colaborações institucionais financiadas por fundos nacionais (Fundação para a Ciência e Tecnologia), Europeus (European Research Council, Marie Curie, EMBO) e internacionais (Howard Hughes Medical Institute, Fundação Bill & Melinda Gates) para além de reforçar as já existentes.
A Rede Nacional CryoEM-PT foi iniciada em 2018 e contou com a participação de cientistas de 12 Universidades e Institutos nacionais do Norte a Sul de Portugal: Universidade NOVA de Lisboa, Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S, Universidade do Porto), Instituto Gulbenkian de Ciência, INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, Universidade do Minho, Universidade do Algarve, Universidade de Coimbra, Instituto de Medicina Molecular - João Lobo Antunes, Universidade da Beira Interior, Universidade de Évora, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e Fundação Champalimaud.
Para além destes cientistas e organizações, o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET) e várias empresas portuguesas incluindo a Bluepharma e a Bial, manifestaram, desde o início, o apoio e interesse numa futura utilização deste centro, com vista a potenciarem as suas capacidades em desenvolvimento de fármacos com a integração de estudos por crio microscopia eletrónica nos seus projetos atuais e futuros.
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