O ciclone Freddy formou-se no início de fevereiro no norte da Austrália e, embora tenha vindo a perder força, é considerado como um dos ciclones tropicais mais duradouros. Em março, o ciclone voltou a atingir o sul do continente africano, e novas imagens de satélite mostram a dimensão das inundações provocadas pelas chuvas intensas que se fizeram sentir em países como Moçambique e Maláui.

Nas imagens partilhadas pelo Earth Observatory da NASA é possível observar o antes e depois da passagem do ciclone na região. A primeira demonstra a zona a 21 de fevereiro, antes da chegada do ciclone. Já a segunda, foi captada a 19 de março, pelo instrumento Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) do satélite Aqua da NASA.

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À medida que o ciclone foi perdendo força, as chuvas torrenciais continuaram a fustigar a região, e a segunda imagem mostra o impacto do fenómeno nos rios Chire, Zambeze e Licungo.

Recorde-se que, depois de se ter formado, o ciclone avançou pelo Oceano Índico, afetando as Ilhas Maurícias e da Reunião no percurso até Madagáscar. Já a 21 de fevereiro, o Freddy atingiu a costa leste de Madagáscar, seguindo depois para Moçambique.

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De acordo com dados avançados pela Agência Lusa, que cita o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), a segunda passagem do ciclone Freddy em Moçambique causou, até ao momento, 66 mortes.

Estima-se que 357 mil pessoas tenham sido afetadas pelo fenómeno, sobretudo na província da Zambézia, com a cidade de Quelimane a ser a mais afetada. Mais de 300 mil casas precárias foram destruídas e 40 mil sofreram prejuízos.

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Segundo os dados, a principal estrada do país foi cortada perto da cidade de Quelimane. Ao todo, sete pontes foram destruídas e mais de 2 mil quilómetros de estrada foram impactados. Estima-se ainda que existam 55 unidades sanitárias danificadas e mais de 1.500 salas de aula afetadas.

Esta semana, a União Europeia anunciou um apoio de 1,7 milhões de euros a Moçambique para ajudar o país a enfrentar os efeitos do ciclone Freddy e surtos de cólera, que podem ter sido exacerbados pelas inundações.

Já no Maláui, este sábado, o número de mortes causadas pela segunda passagem do ciclone Freddy subiu para 438, com 918 feridos e 282 pessoas em paradeiro desconhecido, avança a Lusa, citando o Departamento de Assuntos de Gestão de Desastres do país.

Neste país, onde o governo declarou estado de desastre, o ciclone Freddy levou à deslocação forçada de mais de 345 mil pessoas. A cidade de Blantyre foi dos locais mais afetados, tendo registado 98 mortos.