
As novas descobertas, publicadas no The Astrophysical Journal, sugerem que a estrela não inchou ao ponto de engolir um planeta, como se supunha anteriormente. Em vez disso, as observações do telescópio James Webb mostram que a órbita do planeta encolheu ao longo do tempo, aproximando-o lentamente da sua extinção até que foi completamente engolido, noticiou na quinta-feira a agência Europa Press.
"Como este é um evento tão novo, não sabíamos muito bem o que esperar quando decidimos apontar este telescópio na sua direção", contou Ryan Lau, principal autor do novo artigo e astrónomo do NOIRLab em Tucson, no Arizona.
"Com as suas observações infravermelhas de alta resolução, estamos a obter informações valiosas sobre o destino final dos sistemas planetários, possivelmente incluindo o nosso", acrescentou, citado num comunicado.
Dois instrumentos a bordo do Webb realizaram a 'autópsia' do acontecimento, o MIRI (Middle Infrared Instrument) e o NIRSpec (Next Infrared Spectrograph). A estrela no centro desta cena está localizada na Via Láctea, a cerca de 12.000 anos-luz da Terra.
O evento de aumento de brilho, formalmente designado por ZTF SLRN-2020, foi originalmente detetado como um flash de luz ótica utilizando a Instalação Transiente Zwicky no Observatório Palomar em San Diego, Califórnia. Os dados da missão NEOWISE (Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA mostraram que a estrela brilhou realmente no infravermelho um ano antes do flash de luz ótica, indicando a presença de poeira.

Esta investigação inicial de 2023 levou os investigadores a acreditar que a estrela era mais parecida com o Sol e estava a envelhecer até se tornar uma gigante vermelha há centenas de milhares de anos, expandindo-se lentamente à medida que esgotava o seu combustível de hidrogénio.
No entanto, o MIRI do Webb revelou uma história diferente. Com alta sensibilidade e resolução espacial, Webb foi capaz de medir com precisão a emissão oculta da estrela e os seus arredores imediatos, que se encontram numa região muito populosa do espaço.
Os investigadores descobriram que a estrela não era tão brilhante como seria se se tivesse tornado uma gigante vermelha, indicando que não houve expansão envolvendo planetas como se pensava anteriormente.
Os investigadores sugerem que, a dada altura, o planeta tinha aproximadamente o tamanho de Júpiter, mas orbitava muito perto da estrela --- ainda mais perto do que Mercúrio orbita do Sol. Ao longo de milhões de anos, o planeta orbitou cada vez mais perto da estrela, levando ao resultado catastrófico.
"O planeta começou finalmente a roçar a atmosfera da estrela. A partir desse momento, foi um mergulho descontrolado em direção à estrela", explicou Morgan MacLeod, membro da equipa do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge, Massachusetts.
"O planeta, ao cair, começou a espalhar-se em torno da estrela", acrescentou.
Na sua descida final, o planeta terá expelido gás das camadas exteriores da estrela. À medida que se expandia e arrefecia, os elementos pesados deste gás condensavam-se em poeira fria ao longo do ano seguinte.
Enquanto os investigadores esperavam uma nuvem de poeira mais fria e em expansão em torno da estrela, uma observação com o poderoso NIRSpec revelou um disco circunstelar quente e mais próximo de gás molecular. Além disso, a alta resolução espectral de Webb permitiu a deteção de certas moléculas neste disco de acreção, incluindo o monóxido de carbono.
A capacidade de caracterizar este gás abre novas questões aos investigadores sobre o que realmente aconteceu depois de o planeta ter sido completamente engolido pela estrela.
A investigação foi publicada ontem no The Astrophysical Journal.
(com Lusa)
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