São apenas alguns segundos, mas para muitos é pura magia, contrariando a máxima de que no espaço não há som. Nos dias 1 e 2 de outubro, a sonda BepiColombo fez um voo rasante pelo planeta Mercúrio, atingindo uma distância de 199 quilómetros. Nesse percurso foram registados o ambiente magnético e as partículas do planeta, assim como um grande empurrão gravitacional do planeta que foi sentido pelos acelerómetros.

Os cientistas converteram os dados magnéticos e do acelerómetro em ficheiros de som, que foram agora partilhados pela primeira vez. É o mais próximo daquilo que serão os “sons” do vento solar a bombardear o planeta mais próximo do Sol, destaca a ESA. Foram ainda captados sons da nave espacial a esticar-se para responder às mudanças de temperatura, pela mudança do ciclo da noite para o dia. E até o som de um instrumento científico a rodar entre si.

De recordar que a sonda BepiColombo, da ESA e JAXA realizou a primeira das seis “espreitadelas” previstas ao planeta, antes da missão principal entrar em órbita em 2025. A sonda utiliza um sistema de propulsão elétrico alimentado por energia solar, que a ajudará a navegar pela órbita de Mercúrio.

Esta aproximação permitiu dar uso a alguns dos instrumentos científicos da sonda, recolhendo dados que vão ser importantes na preparação da missão principal. Alguns deles não vão ser possíveis de captar a partir da órbita, e por isso o BepiColombo oferece uma amostra das partículas presentes perto do planeta, os limites do seu campo magnético, e outros. A sonda obteve ainda o primeiro contacto com a exosfera do planeta, tendo encontrado hidrogénio e cálcio. O espectrómetro Phebus vai estudar Mercúrio a partir da órbita para compreender a composição da sua superfície, incluindo as camadas de gelo que se encontram nas zonas constantemente na sombra das crateras em alta altitude.

Veja imagens da aproximação a Mercúrio:

Relativamente ao “som” captado, este foi criado pelos dados do Italian Spring Accelerometer (ISA) a bordo da sonda. As vibrações e movimentos não são audíveis pelo ouvido humano, mas foi feita uma sonorização num encaixe de frequências para se “visualizar” os diferentes eventos. Um dos sons, registado aos 5 segundos, corresponde ao instrumento Phebus a rodar para a sua posição inicial.

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