À medida que o número de indivíduos que contraíram o Coronavírus (COVID-19) ultrapassa os 97 mil e que as mortes causadas superam já as 3.300, a comunidade científica reúne esforços para tentar encontrar uma cura para o SARS-CoV-2, o vírus causador da doença. A DeepMind quer ajudar a travar o surto e afirma que o AlphaFold, o seu sistema de inteligência artificial, poderá ser uma ferramenta-chave.
De acordo com a empresa britânica subsidiária da Google, o AlphaFold poderá ser utilizado para prever as estruturas das proteínas do vírus através do seu algoritmo. O processo permite antecipar as combinações proteicas quando não estão disponíveis outros exemplos semelhantes.
“A estrutura das proteínas é um elemento importante no processo de compreensão do seu funcionamento, mas as experiências necessárias para determiná-las podem demorar meses ou mesmo muito mais”, afirma a DeepMind. A empresa espera, assim, reduzir o tempo que os cientistas levam para chegar a uma descoberta.
Dado ao atual estado do surto de COVID-19, a DeepMind indica que vai disponibilizar em licença aberta as suas previsões, mesmo sem ter publicado o seu trabalho numa revista académica. Os investigadores da empresa alertam para o facto de o AlphaFold ainda estar em desenvolvimento, por isso, não poderão ter a completa certeza de que os resultados disponibilizados são exatos. Não obstante, a empresa confirma que o sistema conseguiu prever corretamente uma das estruturas do SARS-CoV-2, a qual já faz parte do Protein Data Bank.
A Inteligência Artificial tem vindo a ser utilizada para melhorar o diagnóstico de várias doenças. O sistema de IA da DeepMind, por exemplo, conseguiu detetar cancros da mama com mais precisão do que equipas médicas. A tecnologia desenvolveu um modelo que conseguiu reduzir o número de casos positivos falsos em 5,7% e os casos negativos falsos em 9,4%, durante uma fase de teste em algumas unidades hospitalares norte-americanas.
Recentemente, a empresa norte-americana C. Light Technologies desenvolveu uma tecnologia para ajudar os médicos a diagnosticar mais rapidamente a esclerose múltipla. No sistema de IA que desenvolveu, o objetivo é que os pacientes fixem os olhos numa espécie de “alvo” durante dez segundos, enquanto a tecnologia analisa a retina e prevê possíveis distúrbios neurológicos que o paciente possa ter.
Ainda em fevereiro deste ano, a startup britânica Exscientia e a farmacêutica japonesa Sumitomo Dainippon Pharma afirmam ter desenvolvido o primeiro medicamento criado através de uma IA. O DSP-1181 será utilizado para tratar pacientes que sofrem de perturbação obsessiva compulsiva.
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