A China tem planos para testar a capacidade de defesa de potenciais asteroides que estejam em rota de colisão com a Terra. Apesar da maioria das rochas espaciais que atingem o planeta serem pequenos e acabarem por se desintegrar na atmosfera, há que estar preparado para a eventualidade de um asteroide maior ou um cometa com capacidade de destruição.

O teste da China pretende testar tecnologia que tenha a capacidade de destruir este tipo de asteroides que ameacem o planeta ou que pelo menos possam defletir e alterar a sua trajetória de colisão. A NASA já realizou um teste semelhante em setembro de 2022, enviando a sonda DART para colidir com a rocha Dimorphos, em órbita de um asteroide chamado Didymos. Uma missão bem-sucedida que testou a capacidade de alterar a rota de um asteroide.

À semelhança do DART, a China pretende colidir uma sonda contra um asteroide, enquanto outro veículo espacial vai acompanhar de perto a experiência para documentar o impacto. A rocha escolhida foi o objeto 2015 XF261, um asteroide com 30 metros e que se encontra a dezenas de milhões de quilómetros da Terra, segundo avança o The Economist.

Este tamanho é considerado pequeno e sem a força para destruir uma cidade, mas é referido que um potencial impacto causa ondas de choque com uma capacidade de detonação semelhante a uma detonação nuclear.

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Espera-se que a missão decorra até 2030, sendo enviada uma sonda de observação controlada remotamente a partir da Terra. Esta deve chegar ao destino entre três a seis meses à frente da outra sonda que vai colidir com o asteroide. O resultado do impacto será documentado até um ano depois.

Foi exatamente este detalhe de documentação que faltou na missão DART da NASA. Inicialmente era para ser enviada uma segunda sonda para observação do impacto, mas houve desentendimentos de financiamento entre a NASA e a ESA. A missão ficou assim apenas dependente de observações realizadas a partir da Terra na monotorização do impacto.

No passado mês de outubro, a ESA enviou a sonda Hera para espreitar o Dimorphos, dois anos depois do teste de colisão. A sonda seguiu à boleia do foguetão Falcon 9 da SpaceX e deverá chegar ao sistema Didymos em 2026. A missão conta com a participação de três empresas portuguesas: Efacec, GMV e Synopsis Planet, que foram responsáveis pelo desenvolvimento de alguns dos elementos fundamentais.

A missão da China tem alguns desafios pela frente. A rocha escolhida não está em órbita num asteroide maior, como foi o caso do Didymos e por isso, ao ser defletido não se sabe ao certo qual a trajetória que vai tomar. O outro desafio é que por ser tão pequeno, o mais provável é que este acabe mesmo destruído e não defletido.