A Agência Espacial Europeia (ESA) está a planear uma missão para explorar um mundo oceânico em torno de Júpiter ou Saturno e encarregou uma equipa de cientistas planetários de determinar a lua mais promissora e delinear os objetivos científicos e técnicos necessários para o sucesso da “viagem”.
As prioridades centram-se na habitabilidade do mundo oceânico, através da investigação de ligações entre o seu interior e a superfície e da procura de sinais de vida passada ou presente, identificando componentes químicos.
“Aquilo que recomendamos proporcionaria um tremendo retorno científico, impulsionando o nosso conhecimento, e seriam fundamentais para o sucesso da deteção de bio assinaturas em luas geladas”, afirma a Zita Martins, astrobióloga do Instituto Superior Técnico, que liderou a equipa de cientistas planetários que analisou o potencial das luas Europa de Júpiter e Encélado e Titã de Saturno.
Os grandes sonhos devem sempre ser mantidos dentro dos limites do que é tecnicamente viável e financeiramente acessível e, enquanto a equipa de Zita Martins se concentrava na ciência, engenheiros da Concurrent Design Facility (CDF) da ESA analisaram que tipo de missão seria realista, tendo em conta as tecnologias que poderão ser desenvolvidas nas duas próximas décadas.
Contas feitas considerando as características de cada lua e futuras missões, os cientistas identificaram a lua de Saturno Encélado como o alvo mais atraente, seguida por Titã e depois pela lua Europa, de Júpiter.
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A liderança de Encélado é atribuída ao seu enorme potencial de originar novas descobertas científicas, especialmente por ser encarada como altamente promissora em termos de habitabilidade.
A lua do gigante Saturno é encarada como um ambiente habitável devido à presença de água líquida, uma fonte de energia e elementos químicos essenciais. Além disso, as plumas expelidas através da crosta gelada contêm compostos orgânicos e acredita-se que o oceano subterrâneo contenha uma fonte de energia química que poderia sustentar a vida.
Investigar Encélado seria algo inédito, uma exploração totalmente nova, com a oportunidade de alcançar descobertas significativas, impulsionando o conhecimento sobre mundos oceânicos e habitabilidade no nosso Sistema Solar, especialmente considerando que uma investigação sobre sinais de vida passada ou presente em torno de Saturno nunca foi realizada, destaca a ESA.
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