Em 2019, a Google anunciou que tinha alcançado a supremacia quântica, ou seja, a capacidade de executar cálculos específicos com um computador quântico que seriam bem mais demorados nos supercomputadores atualmente existentes. E quando se fala em demorados, isso significa muitos anos. Com o anterior computador Sycamore, composto por 54 qubits (54 bits quânticos), a Google disse ter feito cálculos em 200 segundos, que o melhor supercomputador demoraria 10 mil anos a completa.

A rival IBM, que também está a desenvolver o seu computador quântico, refutou os resultados, referindo tratarem-se de um exagero. E defendeu que o resultado que a Google obteve poderia ser feito num supercomputador clássico, equipado com hardware estado de arte, em apenas dois dias e meio, com maior fiabilidade.

No novo documento científico, intitulado “Phase Transition in Random Circuit Sampling” os investigadores da Google dizem que o computador quântico foi atualizado dos 53 qubits (um bit quântico terá sido partido) de 2019 para uma nova geração composto por 70 qubits. Isso traduz-se numa capacidade de computação referida como 241 milhões de vezes mais poderosa que o modelo anterior.

A Google reclama supremacia quântica, mas IBM diz que não é bem assim…
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Em comparação, o supercomputador mais poderoso atual, o Frontier, demoraria 6,18 segundos a executar os mesmos cálculos do computador quântico de 2019. Mas comparado com o atual, seriam necessários 47,2 anos para o alcançar, avança o Telegraph. Os cientistas estão confiantes que a sua demonstração de como se conseguiu lidar com as interferências de “ruído” que ameaçam a disrupção dos estados frágeis em que os qubits operam.

Google computação quântica

As demonstrações feitas sobre as vantagens da computação quântica são consideradas pelos especialistas como meramente académicas, e sem qualquer aplicação prática no mundo real. O sentimento geral da comunidade científica e de todos os envolvidos, incluindo a Google, é que até que se coloque um computador quântico a realizar algo “palpável”, e que realmente não possa ser feito com uma máquina tradicional ao serviço da humanidade, a tal “supremacia quântica” fica-se pelo conceito académico.

Na teoria pode ajudar no combate das alterações climáticas e na criação de medicamente inovadores, entre outros problemas da humanidade. Mas também há o receito de que a computação quântica possa colocar em perigo os sistemas de encriptação utilizados na atualidade. Isso leva a conceitos que os cientistas afirmam como necessário construir sistemas de encriptação quântica e os Estados Unidos e a China estão na corrida.