O novo nome foi confirmado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional, indica um comunicado do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. O WGSBN decidiu mudar a designação do asteroide (40210) 1998 SL56 para Peixinho, sobrenome do astrofísico Nuno Peixinho, investigador da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
“É uma sensação difícil de descrever. Evidentemente que me sinto infinitamente honrado por este reconhecimento do meu trabalho como astrofísico. Trabalho que nunca foi realizado sozinho, mas sempre integrado em equipas, e por isso a todos agradeço”, afirmou o astrofísico.
O asteroide foi descoberto a 16 de setembro de 1998 e tem pouco mais de 10 km de diâmetro. Pertence à cintura de asteroides e orbita o Sol a uma distância média 3 vezes superior à distância da Terra ao Sol, completando uma órbita em cerca de 5,3 anos.
Como se escolhe o nome de um asteroide?
Existem pouco mais de um milhão de pequenos corpos do Sistema Solar catalogados, cerca de meio milhão já têm designação permanente, mas só 22.505 têm nome.
Estes objetos têm sido alvo de estudos por parte de várias agências espaciais e nos últimos dois anos a missão OSISRIS-REx da NASA esteve a recolher material no asteroide Bennu, que pretende agora trazer de volta à Terra. A JAXA, a agência japonesa, já conseguiu completar com sucesso uma missão semelhante, com material recolhido no asteroide Ryugu. A cápsula aterrou numa zona deserta da Austrália no dia 6 de dezembro de 2020 e já foi aberta.
Veja algumas imagens da missão OSISRIS-REx
O processo de atribuição de um nome é longo e demorado, sendo inicialmente criada uma designação provisória que obedece a uma fórmula que junta o ano da descoberta, duas letras e, se necessário, outros algarismos (por exemplo, 1989 AC ou 2002 LM60).
Só quando a órbita do novo corpo celeste se encontra suficientemente bem determinada é que este passa a ter uma designação permanente, que consiste em acrescentar um número à designação provisória, emitido sequencialmente pelo “Minor Planet Center” — por exemplo (341), ou (40210).
Depois disto o descobridor é então convidado a sugerir um nome, tendo esse privilégio por um período de dez anos após a numeração do objeto. Todos os nomes propostos são avaliados pelo Grupo de Trabalho para Nomenclatura de Pequenos Corpos.
Um asteroide de nível de "extinção de massa" mas não perigoso (para a Terra)
Segundo o comunicado enviado à imprensa, o (40210) Peixinho é o tipo de asteroide que, se viesse em direção à Terra, poderia causar um evento de extinção em massa.
“Saber que há agora aí pelo Espaço um asteroide com o mesmo tamanho daquele que, presumivelmente, ao colidir com a Terra há 66 milhões de anos levou à extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, onde se incluem os famosos dinossauros... deixa-me sem palavras”, comenta Peixinho.
Foi devido ao perigo potencial que o investigador do polo da Universidade de Coimbra do IA foi “logo verificar qual era a sua órbita para ver se era um asteroide classificado como potencialmente perigoso. Não é! Daqui a cem milhões de anos ainda deve andar mais ou menos pelo mesmo sítio, mas não sei se conseguirei convencer o meu avô disso”.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação
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