A NASA espera que em breve o lander InSight, que tem sido uma preciosa ajuda na exploração de Marte, deixe de ter condições para funcionar. No final do Verão a agência espacial norte-americana acredita que a sonda já não terá capacidade de gerar energia suficiente para manter operacional o seu sismómetro. O resto dos instrumentos devem também deixar de funcionar até dezembro, ainda que a partir de maio o plano passe por ligá-los apenas de tempos a tempos.
A funcionar desde novembro de 2018, a sonda opera recorrendo a energia gerada a partir de um painel solar. As tempestades de poeira em Marte não têm ajudado e neste momento continuam a fazer estragos na capacidade de gerar energia da InSight e, consequentemente, de registar dados com os cientistas em Terra.
O pó destas tempestades tem vindo a acumular-se na superfície dos painéis, impedindo uma incidência adequada do sol e as previsões para os próximos meses não antecipam condições mais favoráveis, confirmando os receios que a NASA já tinha partilhado.
O painel solar do InSight gera num dia em Marte 5.000 watts-hora, o equivalente ao consumo de um forno elétrico convencional durante 1h40. Neste momento não está a conseguir produzir mais de 500 watts-hora, energia suficiente para alimentar o mesmo forno apenas durante 10 minutos.
Escapar a este cenário de fim de vida só será possível se entretanto ocorrer algum fenómeno capaz de remover as poeiras dos painéis. Se fosse possível retomar pelo menos 25% da capacidade de recolha de energia solar, isso já seria suficiente para que o InSight recarregasse baterias e retomasse as suas tarefas científicas.
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O InSight tem sido uma ajuda preciosa para recolher dados sobre a profundidade e composição da crosta, do núcleo e do manto de Marte. Ainda em julho do ano passado foram divulgadas informações inéditas sobre o tema, com base em dados recolhidos pelo lander. Ficou a saber-se, por exemplo, que o centro de Marte é composto por matéria fundida, enquanto na Terra o núcleo é composto por uma camada exterior líquida e um interior sólido.
O InSight tem um braço robótico que é usado para acionar o sismómetro e uma sonda de calor e que em tempos também já serviu para limpar poeiras. Desta vez essa parece não ser uma opção e o plano da equipa terrestre da missão é mover o braço robótico, pela última vez, ainda este mês.
Recorde-se que ainda em setembro do ano passado foi esta sonda que registou três sismos em Marte nas semanas anteriores. Tiveram intensidades diferentes, o mais forte de 4.2 na Escala de Richter e uma duração de 90 minutos. Durante todo o ano passado, no entanto, as dificuldades com a geração de energia, marcaram já o trabalho do lander, que em abril tinha inclusive entrado em hibernação para poupar energia.
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