A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) entrou na órbita de Marte em 2006 e, desde então, tem vindo a ajudar os cientistas a descobrir o que se passa no planeta. Além de estudar a atmosfera do planeta e de registar os todos os fenómenos que se passam à sua superfície, a MRO é também conhecida pelas suas fotografias que capta, como a do desfiladeiro Valles Marineris.

A imagem foi captada pela câmara HiRISE, ou High-Resolution Imaging Science Experiment, da sonda, a qual tem como responsáveis uma equipa de investigadores na Universidade do Arizona nos Estados Unidos. Na fotografia, originalmente captada a 7 de novembro de 2013, é possível observar a Tithonium Chasma.

Imagem captada pela câmara HiRISE da Mars Reconnaissance Orbiter
Imagem captada pela câmara HiRISE da Mars Reconnaissance Orbiter créditos: NASA/JPL/UArizona

Ao todo, o maior desfiladeiro do sistema solar tem uma extensão de mais de 4 mil quilómetros ao longo da região equatorial do Planeta Vermelho, contando com 200 quilómetros de largura e 10 quilómetros de profundidade.

Em comparação com o Grand Canyon, um dos maiores desfiladeiros do nosso planeta, o Valles Marineris tem uma extensão 10 vezes maior, assim como o quíntuplo da profundidade.

A formação do Valles Marineris continua a ser um dos grandes mistérios de Marte. Por um lado, os investigadores da Universidade do Arizona apresentam uma teoria relacionada com a mudança na inclinação axial do planeta, que poderá ter levado ao degelo parcial de algumas zonas de Marte que tinham água gelada.

Por outro lado, acredita-se que parte do desfiladeiro terá surgido após a erupção de um conjunto de vulcões na região de Tharsis, incluindo o Olympus Mons, o maior vulcão do sistema solar. A Agência Espacial Europeia explica também que é possível que tenha existido um fluxo de água corrente forte que acabou por aprofundar o desfiladeiro, tendo em conta as informações mineralógicas recolhidas pela sonda MarsExpress.

Recorde-se que a câmara HiRISE da MRO da NASA já captou mais de 6 milhões de imagens, gerando ao todo 194 terabytes de informação desde que entrou na órbita marciana.

Clique nas imagens para recordar algumas das melhores fotografias da Mars Reconnaissance Orbiter

Ao longo da sua estadia no Planeta Vermelho, a MRO também acompanhou as aventuras dos rovers Curiosity e Opportunity à medida que exploravam os mistérios da superfície marciana. Se tudo correr como planeado, a sonda vai também dar uma “espreitadela” ao que o Perseverance vai fazer em Marte, assim que lá chegar a 18 de fevereiro de 2021.