Desde 2016 que a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulga relatórios anuais sobre a situação climática a nível global e esta terça-feira foi a vez de o divulgar na COP25, a conferência sobre alterações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) que decorre em Madrid até 13 de dezembro. De acordo com o documento, 2019 deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente alguma vez registado e encerra uma década de "calor global excecional".
O documento de 35 páginas traça uma análise pouco animadora para o planeta Terra, o que levou António Guterres a reforçar a ideia de que a estratégia mundial tem sido até agora "inadequada". "Precisamos de uma maior ambição por parte de todos a partir de agora", escreveu na sua conta de Twitter.
Estas são algumas conclusões do relatório da OMM:
- As temperaturas médias para períodos de cinco (2015 a 2019) e 10 anos (2010 a 2019) são muito provavelmente as mais elevadas desde que há registos
- O ano de 2019 está em vias de ser o segundo ou o terceiro mais quente alguma vez registado
- A água do mar é hoje 26% mais ácida do que no início da era industrial, o que prejudica os ecossistemas marinhos
- Os bancos de gelo no Áctico aproximaram-se de um mínimo histórico em setembro e outubro, e a Antárctida também registou quebras recorde este ano
- As alterações climáticas são um fator crucial para a subida da fome a nível mundial, após uma década de redução contínua, com mais de 820 milhões de pessoas a sofrer escassez alimentar em 2018
- Os desastres meteorológicos desalojaram milhões de pessoas este ano e afetaram a evolução das chuvas na Índia, no norte da Rússia e no centro dos Estados Unidos, entre outras regiões
O relatório mostra ainda que a subida da temperatura dos mares, conhecida como “ondas de calor marinhas”, responsáveis por devastar a vida subaquática, também se tornou mais comum. E o que se segue também não é positivo para o planeta: o documento assegura que a concentração de CO2 na atmosfera bateu o recorde de 408,7 partes por milhão em 2018 e continuou a subir em 2019.
O documento é divulgado no mesmo dia em que a ativista Greta Thunberg chegou a Portugal, depois de ter atravessado o Atlântico num catamarã. A jovem ativista sueca foi recebida na Doca de Santo Amaro pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o vereador da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, e por dezenas de ativistas portugueses.
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